Um senhor muito rico
Confiava no Dinheiro,
E sempre dizia isso
No seu tempo inteiro:
“O homem só vale sim
O que tem na vida.”
Mas tintim por tintim
Uma pessoa amiga
Cuidava desse senhor
Que sempre falava
Com empáfia e “valor”
Dentro de sua casa,
Até que a pessoa foi
Se sentindo e decidiu
Ir se embora. Depois
Que essa pessoa saiu,
O senhor que já tinha
Uns 80 anos, precisou
De alguém, pois vinha
Se sentindo sem valor.
Claro, como o tempo
Passa e o homem fica
Velho e há momentos
Que uma pessoa rica
Também deve passar
Por atalho complexo,
E só Jesus pode ajudar.
Ainda com o sucesso
Que tinha o velhinho,
A coisa não foi boa
Quando ficara sozinho,
Sem o zelo da pessoa
Que dia e noite ficava
Ao lado com regozijo
Dentro de sua casa.
Porém ao ter ouvido
As palavras ofensivas:
“O homem só vale sim
O que tem na vida.”
De fato, achou ruim
E foi se embora sem
Nenhuma piedade.
Como a solidão vem
Para gente de idade,
O velhinho se deu mal
Na hora de ter a água,
Sua comida já especial
Nas horas já marcadas,
A ida para o banheiro,
E a sua volta também.
Com sede o dia inteiro,
Com fome e ninguém
Para lhe levar o prato,
Deu vontade de cagar
E mijar, mas já fraco
Não pôde não, chegar
Até ao bom banheiro
Que ficava distante.
Mas não indo ligeiro,
É claro, num instante
Bosta e mijo chegam
Na calça primeiro.
Ora, o velhinho deseja
Ir visitar o banheiro,
Mas não podia não,
Se levantar do lugar.
É óbvio a sua situação
Lhe fez parar e pensar
Que o homem precisa
Viver com satisfação
Entre amigos e amigas,
Pois nenhum milhão
Lhe fará feliz e dará
Uma boa sustentação,
Assim como lhe dá
Um amigo ou irmão,
Que seja sim biológico
Ou seja, de fé, porém,
Que esteja próximo
Para lhe fazer o bem.
Então, ele já com sede,
Fome, já todo mijado
E cagado, vê as paredes
E faz o seu rezingado:
“Na verdade tenho sim
Um valor de 1 milhão,
E sem perto de mim
O amigo ou um irmão,
Vejo que o meu valor
Não passa de um velho
Sedento, faminto e vou
Falar o que eu quero:
Agora, não passo não,
De um velho mijado
E cagado neste sertão
Onde tenho falado:
‘O homem só vale sim
O que tem na vida.’
Agora, olho para mim
Sem amigos e amigas,
E sem nenhum irmão
Para fazerem algo sim
Que mude a situação
E eu seja feliz até o fim.
Do que adianta eu ter
1 milhão lá no Baú,
E no entanto, eu viver
Na bosta em Pindobaçu!”
Mas a minha mãe dizia:
“Parede tem ouvido
E mato tem olho.” Havia
Um cara ali escondido,
Quando o velho falava
Que no Baú tinha sim
1 milhão, e para nada
Servia, pois era ruim
A sua situação de vida,
Sem irmãos biológicos,
Sem amigos e amigas,
E nenhum próximo,
Que demonstrasse fé
De irmão em Cristo.
Então o cara que quer
Dinheiro fácil e ilícito,
Percebendo a situação
Do velho, almejou
A Grana e pelo portão,
Disfarçado ele entrou
A fim de ter 1 milhão.
O velho já depreciado
E sem valor no sertão,
Disse: “Acho o ditado:
‘O homem só vale sim
O que tem na vida.’
O que tem na vida.’
Não é dito bom, é ruim,
Pois amigos e amigas
Valem muito mais aqui
Que 1 milhão num Baú
Da casa que construí,
Injusto em Pindobaçu.”
Mário Querino – Poeta de
Deus
Poeta Mário Querino e D. Maria José 14/01/2020 |
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