Alguém assim inquiriu:
“Como evitar a fofoca?”
O que eu devo objetar?
É clara minha resposta:
Não tem coisa melhor
Para se evitar a fofoca,
Do que não frequentar
Assiduamente a porta
De vizinho e rodinha
De gente que fica sem
Fazer nada, a não ser,
Falando mal de alguém.
Pois quando a pessoa é
Gente boa, ninguém
Gosta de elogiá-la aqui,
Para ela se sentir bem.
Mas acha que a pessoa
É antipática e não gosta
De ficar com ninguém,
Contudo, evita a fofoca.
Ora, se uma pessoa quer
Viver distante de fofoca,
Obviamente, é preciso
Não conviver nas portas
Dos parentes, vizinhos,
Amigos e conterrâneos.
Por isso sempre ocupo
Neste cantinho baiano
O meu encéfalo aonde
Acumula os aforismos
Que me trazem alegria
Entre parentes, amigos,
E patrícios que tenho
No planeta Terra,
Principalmente aqui
No amado pé de serra.
Então, pra ser parente,
Amigo, vizinho e patrício,
Não precisa ficar assim,
Sendo um cara assíduo
Na calçada entre grupo
De gente ou na porta
De vizinho toda hora,
Isso só nos traz fofoca.
Minha mãe dizia assim:
“Boa romaria faz quem
Em sua casa está em paz.”
Ora, acho difícil alguém
Se controlar no assunto
Tratado entre parentes,
Amigos e conterrâneos,
Porque a nossa mente
Vazia é a casa do Diabo,
Assim, minha mãe dizia
Também. E o que mãe
Me falava, com ironia
Objetava: Mãe, o Diabo
Não tem nenhum poder
Sobre a minha mente.
Contudo, eu pude ver
Que, a minha loucura
Ocorreu exatamente
Por eu não ter ocupado
Sempre a minha mente.
Sempre vivia querendo
Algo de bom na vida,
Sempre eu orava aqui,
E a coisa má-sucedida
Na minha trilha que eu
Seguia, até então.
E o Espírito Santo disse:
“Rezar ou orar sem ação,
Não chegarás a nenhum
Lugar no planeta Terra,
Sobretudo no Distrito,
Seu amado pé de serra.”
O que eu fiz para evitar
As intimidantes fofocas?
É claro, procurei ocupar
A mente, sair das portas
Pra cuidar do meu viver,
De minha Varoa querida,
De meus filhos, netos,
E de quem mais precisa.
Só assim, meu costume
Foi de fato, modificado,
E a minha mente não é
Mais uma casa do Diabo,
Para viver repleta sim,
De fofocas e de motins.
Contudo, sou o mesmo,
Mas longe de algo ruim.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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