Poeta Mário Querino 02/10/2017 |
Um senhor jovem e forte
Andava pedindo esmola.
Para manter sua família,
Ora, alimentá-la na hora.
Sempre tinha justificativa
Para viver assim pedindo.
Certo dia ele saiu sim
Num povoado nordestino,
Pedindo e se justificando
A razão de pedindo está.
Então chegou numa casa
E o dono quis lhe mostrar
Que ele não carecia pedir.
Então indagou assim:
“Quanto o senhor quer
Neste momento de mim?”
O senhor mendicante falou:
“Alguma ajuda é bem-vinda,
Até 10 reais será essencial.”
O dona da casa falou ainda:
“Eu tenho um labor a fazer,
O senhor topa me realizar
Esse labo? Pagarei o justo.
Quanto quer então ganhar?”
Daí o senhor se entristeceu,
Mas replicou o que satisfaz:
“Hoje em dia o valor do dia
Na minha função é 100 reais.”
O dono da casa assim falou:
“Claro, o senhor não gastará
Um dia inteiro, mas eu vou
Fazer justiça, vou lhe pagar
Esse dia completo, ó senhor,
Vou lhe dar o seu alimento,
Água fria para o senhor beber
E roupa nova no momento
Em que terminar o seu labor
E tomar seu carecido banho.”
O senhor mendicante olhou
Para o dono da casa, estranho
E indagou: “Qual é o trabalho
Que eu devo fazer agora?”
O dono da casa replicou:
“Carpir o quintal e jogar fora
Todo o mato que for sim
Carpido pelo senhor.”
O senhor ficou mais triste
E falou: “Não faço seu labor,
Porque não tenho tempo.”
O dono da casa indagou:
“Como tem tempo de pedir
Um dia inteiro, ó senhor?
Não pense que sou ruim,
Mas a Palavra de Deus diz:
‘Quem não lidar, também
Não coma.’ Agora eu quis
Fazer o bem para o senhor,
Se eu gostasse do trabalho,
Eu iria lhe contratar
E o senhor teria novo atalho.
Como o senhor diz que é
Dos filhos o que arrecada,
Prepararei uma Cesta Básica
E levarei à sua casa.”
O senhor mendicante disse:
“Não precisa, meu senhor,
Não faça tamanha despesa,
Disso não sou merecedor.
Mário Querino – Poeta de Deus
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