EI, QUER MORRER?

Poeta Mário Querino 11/10/2017

Nesta noite me acordei

As 2 horas e 28 minutos,

Claro, alta madrugada

E não ficou nada oculto,

Tudo eu vi que estava

Em dias. Então voltei

À cama para dormir,

Quando a luz apaguei

Me deitei e logo dormi.

Daí comecei a sonhar,

Que eu ia passando

Pela rua de outro lugar.

Realmente, era uma rua

Calma e sem ninguém.

Ao chegar lá na frente

Encontrei na rua alguém

Que quis me tomar algo.

Certamente quis me ferir,

Porém, pedi força a Deus

E muito na vida eu sofri

Para vencer esse vil cara

Que cruzou meu caminho.

Ali chegaram uns primos

E persisti lutando sozinho

Para vencer esse alguém.

Depois que eu venci

Saí pela rua afora

E notei alguém me seguir.

E quando esse alguém

Se aproximou de mim,

Eu dei um forte abraço,

Esse alguém disse assim:

“Cuidado, tu és ameaçado.”

Então respondi: Não faz

Nenhum medo a mim,

Só viverei o que satisfaz.

E alguém do outro lado

Gritou assim bem alto:

“Ei, quer morrer?”

Achando que desse espaço

Eu correria com medo.

Mas assim eu respondi:

Como eu vou morrer,

Se a Morte não está aqui?

Mas se ela chegar por aí,

Diz pra ela que eu estou

Muito bem, não precisa

Ela vir, diz isto, por favor.

Eu já quero lhe comunicar

Que por enquanto vai bem,

Que ela analise outros,

Claro, que agora já têm

A convicção que a vida

Não tem mais sentido.

Diga a ela que estou

Com a vida e o objetivo

É viver para sempre.

Como elas são inimigas

E nunca vão se unir,

Lhe diga que minha vida

É melhor sem ela aqui.

Porque se ela vier me ver,

É claro, será feia a briga

E não vou me intrometer.

Daí eu me acordei bem,

Depois das 5 horas.

Seria bom se fofocasse,

Que eu não quero agora

A Morte na minha casa.

Estou bem com a vida,

E se de repente ela vier,

D. Maria José fica sentida.

Então é melhor ela ficar

Sabendo de mim, claro,

De longe, bem distante.

Ela entende que é raro

Poeta assim nesta região.

Por isso ela prefere ficar

Só admirando de longe,

No dia em que eu abusar

Da minha vida na Terra,

Certamente a Morte virá

Com todo o prazer

Na minha casa me visitar.

Mário Querino – Poeta de Deus