Poeta Mário Querino 04/07/2017 |
Alguém me perguntou:
“Quanto tempo te falta
Para você se aposentar
E usufruir dessa graça
Que dá a aposentadoria?”
Então eu respondi feliz:
Não sou cauto com isso,
Nem pensar nunca quis.
Pois me dá a entender
Que, ao me aposentar,
Não farei mais nada aqui
Para não tomar o lugar
De gente que necessita
Ainda trabalhar na Terra.
Então, não acho lícito,
Jubilado no pé de serra
E ganhando salário sem
Fazer nada de progresso,
E tomando o salário
De quem quer ingresso
Neste campo do labor.
Enquanto eu puder
Fazer algo nesta vida,
Farei com regozijo e fé.
Se eu não puder andar,
Eu farei algo sentado,
Se sentado não puder,
Farei as coisas deitado.
Se eu não puder fazer
Nada na Terra deitado,
Eu pedirei ao Senhor
Para eu ser sepultado.
Porque de que serviria
A minha vida na Terra
Quando eu não prestar...
Neste meu pé de serra?
Agora, eu vou pedir
Uma aposentadoria
Para ganhar dinheiro
Sem fazer o que devia,
E ainda ficar ocupando
O lugar dum jovem,
Para ganhar dobrado?
Para quem não pode
Ganhar mais dinheiro
Com o seu trabalho.
Por isso não me atento
E feliz sigo meu atalho
Sem essa aposentadoria.
Caso, eu precise sim,
Aceito com satisfação,
Mas terei dentro de mim
Esta boa consciência
Que, não devo ganhar
Dinheiro de trabalho
Quando me aposentar.
Pois assim estarei ilícito
Obtendo grana sem fazer
Nada no planeta Terra,
E ainda querendo obter
O cargo do necessitado,
Quem sabe, do filho,
Do parente e do amigo
Que almeja ter brilho
Que eu então, já tive até
Chegar a aposentadoria.
Então a minha vontade
É fazer algo todo dia.
E quando me aposentar,
Se ainda tiver com vigor,
Farei algo voluntário
Pra quem não encontrou
Emprego e não pode
Pagar um profissional
Para fazer a sua obra.
Neste caso, isso é legal.
Mário Querino poeta de Deus
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