Sempre dou uma volta
Por este planeta Terra,
Sei o que o povo gosta,
Mesmo no pé de serra.
Claro, não viajo voando,
Porque não tenho asas,
Fico no cantinho baiano,
Dentro da minha casa.
Porque ouvia mãe dizer:
“Quando a formiga,
Quer então se perder,
Cria asas. E minha vida
Não é para ser perdida,
Mas para viver bem
Com a minha querida,
Neste tempo que tem
Direito de ficar comigo.
Então, não sou besta
Para esse meu Inimigo
Pôr minhoca na cabeça
E roubar o meu direito
De eu ser homem feliz.
Ora, não seria satisfeito
Ter o que sempre quis,
E por ilusão do mundo,
Perder a tranquilidade,
E ser como moribundo
Longe desta sociedade.
Se eu não for bem visto
Por ser varão diferente
E amigo de Jesus Cristo,
Não ligo, prefiro sempre
Ficar no anonimato aqui.
Ainda se ninguém não
Me bispar, posso refletir
Os exemplos da nação.
Pois meu entendimento,
O homem quer ser visto
Por todos, a todo tempo,
Mas tenho compromisso
De observar este mundo,
Ainda ele não me vendo.
Não tenho jeito profundo
De ficar me aparecendo.
Se Deus quisesse que eu
Voasse por aí à-toa,
Me daria asas como deu
Ao passarinho que voa.
À formiga que se perde,
Ao avião que se despenca
E ninguém antes percebe,
Só quem fica se lamenta.
Ora, para eu contemplar
O colossal planeta Terra,
Não é preciso eu deixar
O meu bom pé de serra.
Porque eu já entendo
Tudo que o povo gosta,
E tudo já estou vendo
Por meio de parabólica
E de aparelho moderno,
Intitulado computador.
Obedeço ao Pai Eterno,
Não nasci pra ser voador.
Deus diz: “O aventureiro
É como um passarinho
Que voa o tempo inteiro
Distante de seu ninho.
Ora, tudo pode suceder,
Durante as suas voadas.”
Por que eu vou querer
Agora, arquitetar asas
Para eu conseguir voar
Distante da minha casa,
E minha vida então ficar
Inteiramente intricada?
Mário Querino – Poeta de
Deus
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