Poeta Mário Querino 18/01/2019 |
Como vou entender?
Uma senhora pobre
Tinha um filho sim.
Surgiu um casal nobre
Na sua casa e indagou:
“Quer nos vender
O garoto? Cuidaremos
Com amor e prazer.”
A senhora olhou feliz,
Para seus visitantes,
Após objetou assim:
“A grana é importante,
Mas o meu filho não
Tem preço, não vendo
Nem dou a ninguém,
Ainda pobre vivendo
Contente ao seu lado.
Deus deu este filho
Para ser meu amigo
E meu viver ter brilho.”
Ora, o tempo passou
O rapaz amou sim
Uma moça estrangeira,
Se casaram e por fim,
Foram se embora, até
O dia de hoje, não
Voltaram mais à terra.
A senhora e a solidão
Ficaram naquela casa.
O casal apareceu
E não vendo o garoto
Falaram: “O filho seu?”
A senhora respondeu:
“Apareceu uma moça
Estrangeira, ele amou,
Foi uma paixão louca,
A ponto de ele seguir
Os seus passos.”
Um cônjuge falou:
“A senhora batia papo
Que não teria preço
O seu filho, não
Vendia e nem daria,
E ficou nesta solidão?”
A senhora respondeu:
“É certo! Uma donzela
Fala mais que a grana,
E para tirar ele dela
É difícil, e só a Morte
Tem o poder de tirar
Ele de suas mãos,
Pois não pude evitar.
Ela levou o meu filho
Sem me dar nada,
Ainda fico chorando
Solitária nesta casa.”
O casal indagou sim:
“A senhora vai conosco,
Deixar a vida solitária
E ter sim, mais gosto?
Lá temos um pomar,
Um jardim e um lazer
Para a senhora fruir
Com amor e prazer.”
A senhora respondeu:
“Não, eu gosto daqui,
E não deixarei a casa
Para eu viver por aí...”
Com mais um tempo,
A senhora adoeceu
E a Ambulância levou
Ao Hospital, lá morreu.
Mais uma vez o casal
Foi à casa da senhora,
Viu fecha e desvalida,
E indagaram: “E agora?”
Mário Querino – Poeta de Deus
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