Hoje, parei para refletir
E intuí que tudo mudou.
O amor que antes eu vi
Entre o povo que morou
Neste querido lugarejo,
Trazia mais fé e alegria.
Os homens sertanejos
Trabalhavam todo dia,
Ainda havia o bom dia
Para fazerem batalhão
Nas roças de Maria,
Pedro, José e de João.
Todos tinham seus pés
De frutas, quer dizer,
Se tivesse área. Hoje é
Tudo para vender.
Antes ninguém vendia
Manga, jaca, goiaba
E frutas que existiam.
Como tudo se acaba,
Quando o dinheiro fala
Mais alto que o amor
Na vida, agora, rara
Coisa que não há valor.
Há gente, na verdade,
Que permite alguém
Entrar na propriedade
E tirar jaca e também
Manga. Porém, já tem
Seus compradores sim,
Que derruir tudo vêm,
E logo chega o seu fim.
Então, o dinheiro ficou
Bem mais importante
Pra gente do que amor,
Será pior mais avante.
Claro, antes havia favor,
Uns acudiam os outros,
Hoje, acho que o valor
Da pessoa é o seu posto.
Se alguém já tiver algo
Valoroso em Pindobaçu,
Ganha de presente galo
Ou o maravilhoso peru.
Mas se não tiver nada,
Nem o pão de cada dia
Na mesa de sua casa,
Só os iguais dão alegria.
Então, o amor que eu vi
Quando eu era criança,
Hoje, refletindo percebi
Uma grande mudança,
Que nem o bom caráter
Supera mais o dinheiro.
Por que o povo põe a fé
Em algo tão passageiro?
Será que o amigo não é
Mais especial na vida
Da gente que tem fé,
Que grana corrompida?
Mário Querino –
Poeta de Deus
Poeta Mário Querino 26/01/2019 |
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