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O povo me chama de “Real”
Contudo, estou passando mal
Por causa desses amigos.
Quando eu era em papel,
Todos me achavam mais fiel
E era maior o meu prestígio
Em prol deste amado país.
Contudo o povo agora diz
Que presto mais atenção
Aos meus amigos nobres
E menosprezo os pobres
De pouca movimentação.
Eu continuo sempre “Real”,
Por isso peço ao pessoal
Que me prende em mealheiro
E também em saco amarrado:
Deixe-me visitar povoados
Do Território brasileiro.
Eu sou uma linda Princesa,
Gosto de gozar da riqueza,
Contudo, não tenho acepção.
Se alguém chora sem mim,
É porque vivo presa assim
No poder de poucos irmãos.
Sou a Princesa mais rica
E todos me acham bonita,
Contudo eu vivo como ré.
Uns querem me prender,
Outros tentam me esconder
E outros me usam de má fé.
Sempre fui um papel “Real”
E agora sou moeda de metal,
Contudo, não sou tão feliz.
Porque estou vivendo presa
E uma bonita Princesa,
Precisa percorrer o país.
De que vale ser tão rica
Com esta fama de bonita
E vivendo nesta prisão?
Eu quero sair do saco
E ficar com o povo grato,
Dando-lhe a sustentação.
Eu convidei o amigo Poeta
Pra ouvir uma queixa desta,
Porque não aguento mais.
Deus, que povo ambicioso,
Prende-me, tira meu gozo,
O crédito e meu valor cai!
Todos sabem que sou “Real”
E jamais quero fazer o mal.
Às vezes o povo abusa
Da minha beleza e poder,
Procura ilegal me obter,
Vem a Justiça e nos acusa.
Mário Querino – Poeta de Deus
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