domingo, 15 de maio de 2011

ELA VIVE PRA MURMURAR


A varoa falava comigo,                                
Por gastar os cadernos.
Agora, fiquei evoluído
E saí desse vil inferno.

Comprei uma Máquina
Pra escrever as poesias,
Logo depois ela já acha
Razão pra tirar a alegria.

Passava a vida falando
Do gasto com o sulfite.
Pois, vivia comprando,
Isso jamais ela permite.

E depois de um tempo
Tudo agora já mudou,
Controlei o orçamento,                        
Adquiri o Computador.

Quando a mulher viu
Ficou feliz e satisfeita,
Porém, ela descobriu
E bota isso na cabeça:

“Isto não vai dar certo,
Ficando aí noite e dia.
Vai aumentar o débito
Na conta de energia.”

Meu Deus, o que faço
Pra ouvir esta mulher?
Cada dia que eu passo
Ela inventa o que quer.

Eu preciso falar pra ela
Que jamais será assim,
Nem é só do jeito dela,
O que faço achar ruim.

E uns dois anos depois
Poeta - Mário Querino
Tudo isso já melhorou.                            
Houve acordo dos dois,
O Computador gostou.

Então surgiu a Internet
Para tudo me facilitar.
Porém, não se esquece,
Ela vive pra murmurar.

Ela não tem o que dizer,
Comenta com as amigas
Que vivo para escrever
E deixo-a tão esquecida.

Não sei se tenho razão
Ou se dou razão pra ela.
Sei falar que a televisão
É sintonizada na novela.

Mário Querino – Poeta de Deus

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