terça-feira, 31 de maio de 2011

CONFORMIDADE

Poeta - Mário Querino

Eu não pedi pra nascer
Nem vou pedir pra morrer.
Deus que cuide de mim
E me dê o mais necessário!
Jamais este Poeta Mário
Vai achar a vida ruim.

Quando eu estava na prisão,
Algemado e levando chutão,
Depois na rua abandonado,
Não pedi pra morrer!
Contudo, eu queria viver,
Agora, que ficarei apressado

Com a liberdade que tenho,
Que sempre vou e venho
E ninguém me diz nada?
Quando não tinha dinheiro
E passava o tempo inteiro
Na roça puxando enxada,

Eu não pedi pra morrer!
Tinha a esperança de vencer,
Agora, que sou feliz,
Pensarei numa coisa desta,
Extirpar a vida do Poeta
Amado por todos do país?

Quando vivia na solidão
E dormia pelo chão,
Eu nunca quis morrer!
Agora, que tenho um amor
Que me dá carinho e calor,
Eu sou besta pra querer?

Quando eu era excluído
De parentes e amigos,
Eu lutava pra viver!
Agora, que sou da sociedade,
Repleto de paz e amizade,
Vou me apressar pra morrer?

Quando estava hospitalizado,
Muito, muito debilitado,
Não perdi o sentido da vida!
Agora, que já estou forte,
Vou me entregar à Morte,
A minha maior inimiga?

Quando andei descalço,
Pisando em areia e asfalto,
Eu tinha a alegria de viver!
Agora, que tenho sapato e chinelo,
Vocês acham que eu quero
Assim tão depressa morrer?

Só se eu fosse uma besta,
Que não tivesse na cabeça
A Sabedoria e Amor de Deus,
Pra exterminar uma vida à toa,
E deixar uma mulher tão boa
E também os filhos meus.

Deus, o Senhor quem determine
O meu destino e me ensine
A gostar da minha vida.
E que o mal não tenha poder
Pra tirar o meu grande prazer
De ser feliz com as pessoas amigas.

Então, drogas, longe de mim,
Prostituição não me iluda assim,
Eu quero com Jesus Cristo viver
Contente e muito feliz
Neste cantinho do país
E nunca pedir pra morrer!

Mário Querino – Poeta de Deus

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