Poeta Mário Querino 05/11/2018 |
Numa cidade grande
Havia uma entidade
Com vários fâmulos,
Muitos de capacidade,
Por terem estudado
Para exercer funções,
Sobretudo, de chefe
Que dirigia os peões.
Um dia o chefe fez
Algo que prejudicou
Alguma máquina dali
E quietinho ele ficou.
Quando o patrão viu
Que a máquina estava
Danificada, cobrou
Por essa ação errada.
Então todos ficaram
Omissos desse dano,
Porém, o patrão ficou
Sempre lhes cobrando.
Mas nenhum servidor
Se manifestava não.
Afinal de contas, foi
O chefe, e não o peão
Que parou a máquina.
Como o patrão insistia
E queria saber a causa,
Nessa entidade havia
Um peão que fazia sim,
Papel de bobo, melhor
Dizendo, agoniadinho,
E observa ao seu redor.
Então disse: “Ora, eu
Descobrirei e não custa,
Se quiser meu senhor,
Com a minha astúcia
Eu vou revelar quem
Parou essa máquina.”
O patrão falou: “Viste?
Hoje, quem você acha
Que causou esse mal?”
O agoniadinho olhou
Para todo mundo sim,
E rindo assim falou:
“Meu senhor, quem
Causou esse prejuízo
Está em nosso meio,
É o mais burro, digo
Porque nem criança
Cometeria erro desse.”
Fez tamanha gozação
Com o bom interesse
De ouvir uma revida.
Seu chefe não queria
Ser tachado de burro,
Pois descoberto seria.
Começou a exprobrar
Ao fâmulo agoniadinho:
“Como chamas de burro,
Se você é um doidinho?”
O agoniadinho disse:
“Chamei de burro quem
Causou esse prejuízo,
Citei nome de alguém?”
Então dá a entender
Que, a corda quebra
Na parte mais frágil.
O chefe oculto carrega
O mal que ele prática,
Para que o peão
Pague pelo que não fez,
Quando cobra o patrão.
Ora, o chefe tem poder
De levar conversas sim,
Para o patrão e deixar
O peão na posição ruim.
Mário Querino – Poeta de Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário