Quando era adolescente,
Eu ia tomar banho no rio,
Fosse sol, fosse chovendo,
Fosse calor ou fosse frio,
Sempre eu ia ao Rio Aipim,
Pois não tinha banheiro.
Então uns ali defecavam,
E prostituíam o dia inteiro.
Muitos cortavam árvores,
E outros jogavam até lixo
Nas margens do Rio Aipim,
As mulheres jogavam isso
E aquilo, quando iam lavar
Roupa, prato e mais coisas.
O Rio Aipim era a melhor
Mina d’água, sua ira doida
Quando chovia, carregava
Tudo, porém o povo fazia
Tudo isso de novo no rio,
E o rio sempre com alegria.
Mas como tudo se revolta
Se sentindo contuso assim,
Começou a se isolar e ficar
A esperar tintim por tintim
Tudo isso que o povo já vê.
Por fim veio o Governador,
E lhe prendeu de uma vez.
Daí, poço artesiano furou
Para enganar a população,
Que tinha um rio tão forte,
Mas fazia dele uma lixeira,
Sem pensar na sua morte.
Fazia de sanitário, galpão
Para guardar produto sim,
Venenoso, tirava o verde
Que lhe protegia até o fim
Do calor deste Sol quente.
Hoje, a água fácil do poço,
Vindo pra nossas torneiras,
Já está perdendo o gosto
De permanecer no Distrito.
Então, a tendência é ficar
Cada dia pior em Bananeiras,
Pois quem não preservar
Vai sim, ficar correndo atrás
De um balde d’água e não
Encontrará com facilidade
Nesta nossa querida região.
Agora, o Rio Aipim já está
Ouvindo todo esse clamor
De pai de família que fez
Toda essa maldade e ficou
Ainda zombando de mim,
Quando eu lhe reclamava,
Para que ele não fizesse
Tudo isso que praticava.
Agora, todos estão xingado
O Operador da água sim,
Que vem de um velho poço,
E não mais do Rio Aipim.
Já está havendo até brigas
Por causa de má repartição,
Mas não cabe ao Operador,
É o resultado da ingratidão
Que o nosso povo já teve
Para com nosso Rio Aipim.
Agora, não adianta chorar,
Até a chuva acha isso ruim,
E não quer mais cair não,
Nesta terra de Bananeiras,
Onde vi grande fonte d'água
Sem precisar de torneiras.
Os defecadores, os lixeiros,
Os derribadores de árvores,
Os imorais e mulheres que
Fizeram coisas desagraveis
Sofrem as consequências,
Talvez, até nem se lembrem
Do que fizeram no passado
Porém, agora já entendem...
Mário Querino – Poeta de Deus
Poeta Mário Querino 25/11/2018 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário