Poeta Mário Querino 19/11/2018 |
Eu cheguei numa barraca
Aonde vendia acarajé.
Todos ali pelas graças
De Jesus de Nazaré.
Pois todos eram pobres,
Perdiam um tempinho
Num papo que podem
Bater no meu cantinho.
De repente chegou ali
Uma senhora dentro
Dum vestido que eu vi
Elegante. Esse tempo
Que passava conosco,
Não falava com ninguém,
A não ser com os outros
Que acarajé sempre têm
Para vender as pessoas.
Então a senhora comia,
Comia, comia numa boa,
Após sentiu uma agonia
Na barriga, e o que fazer,
A não ser defecar?
Então ficou sem saber
Aonde iria se aliviar.
Mas o negócio apertou,
Apertou, apertou e aí?
De repente algo chegou,
O povo começou a sair,
Porque o seu mal cheiro
Era demais na barraca.
E diante do povo inteiro
A senhora perdeu a graça.
Como ela estava na seda,
Não deu nenhum Bom-dia.
Ela vinha de uma Igreja
Com a Bíblia, e sem alegria
Ou repleta de “bondade”.
Contudo, passou vexame
E descobriu a realidade,
Seu orgulho era grande
Na hora em que chegou.
Porém, depois, um pobre
Vendo isso comentou:
"Ela se achava tão nobre
Que nem ligou para nós.
Mas agora ela vê sua seda
Suja e fedendo, ouve voz
Que ninguém ouvir deseja.
Tinha nojo de pegar na mão
Para dar a Paz do Senhor,
Por não termos o padrão
De vida que ela encontrou,
Agora, nós que temos sim,
Nojo dela, com esse fedor.
Ninguém é feliz até o fim,
O destino sempre mostrou
Algo pra nos dar uma lição."
Quando me acordei, percebi
Que era um sonho. Então
Descrever agora eu resolvi.
Mário Querino – Poeta de Deus
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