Poeta Mário Querino 11/11/2018 |
Um Pregador estava sim,
Pregando numa praça
A Palavra do Senhor Deus,
E afirmava com fé e graça:
“Hoje mesmo, o Senhor
Visitará sua casa, ó amigo,
E você abra a sua porta,
Receba-O bem agradecido”.
O Pregador anunciava sim,
Com muita fé e vigor,
Como se Deus fosse servo
Dele, e ele fosse o senhor.
O Pregador era eloquente
E falava com autoridade,
E seus ouvintes gritavam:
“Glória a Deus! É verdade!”
E o Senhor Deus ouvindo
Essa eloquente pregação.
Claro, preparou o melhor
Para sondar o coração
Daquele Pregador de fé.
Ao terminar a pregação,
O Pregador foi se embora,
Daí Deus envia um irmão
Até à casa desse Pregador,
Para ver sim, se ele abriria,
A porta para o Senhor.
Então o pobre com alegria
Tocou duas vezes na úvula
Da boa casa do Pregador,
E o Pregador não atendeu,
Mais uma vez ele tocou,
E o Pregador foi atender.
Quando viu o mendigo
Na porta de sua casa,
Temeu e foi logo pedindo
Que ele fosse se embora,
Senão chamaria a Polícia.
O irmão disse: “Não, não
Pregador, vim fazer visita,
Porque o senhor pregou
Lá na praça, que Deus
Iria à minha casa, e Ele foi
E viu o problema meu,
Então me mandou aqui
Para o senhor me ajudar.”
Mas o Pregador rebateu:
Não te conheço, vai pra lá,
Senão chamo a Polícia!”
O pobre replicou: “Não, não
Precisa chamar ninguém,
Sou seu verdadeiro irmão.”
Daí começou a tirar seus
Velhos trapos de mendigo,
E o Pregador intolerante,
Vendo, falando e ouvindo.
Quando o mendigo tirou
Todo o trapo, a realidade
Foi outra. O Pregador viu
Que era amigo de verdade.
O mendigo era o colega
Que ele mais admirava.
Daí então, abriu a porta
E mandou entrar na casa.
(Quem tem ouvidos, ouça
E entenda)
Mário Querino – Poeta de Deus
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