Poeta Mário Querino 06/12/2019 |
Numa
cidadezinha havia
Um casal de
idosos sim,
Insatisfeitos
conviviam
E no lar
surgia algo ruim.
Um dia
criaram uma briga
Que D. Maria
da Penha,
Deveria se
meter na vida
Dos 2. Teve
pau de lenha
Nas mãos da
velhinha
Para bater
sem perdão
No velhinho
que tinha
Também o
velho facão
Bem seguro
na mão,
Para cortar
o pescoço
Da esposa
sem perdão,
Com raiva e
desgosto.
Mas antes de
tudo isso
Acontecer
naquele lar,
Vieram os
fortes ditos
Para a raiva
aumentar.
Ora, nessa
hora ia sim
Passando um
homem
De Deus, e
achou ruim
Aqueles
torpes nomes.
Daí então,
bateu palmas
Com bastante
pressa,
Pra deixar
eles na calma,
E é só isso
que interessa.
Quando o
velhinho abriu
Resmungando
o portão,
O homem de
Deus viu
Ele com um
velho facão
Preso na mão
e dizendo:
“Hoje, corto
o pescoço
Dessa velha,
está vendo
Este facão,
seu moço?”
A velhinha
rebateu de lá:
“E vou
quebrar a cabeça
Desse velho,
aqui está
O pau de
lenha, mereça
Seu moço,
assistir sim
Esta nossa
briga agora.”
Então,
tintim por tintim
Indagou para
a senhora
Sim o homem
de Deus:
“Por que
tamanha briga
Com esse
velhinho seu,
Ó minha
velha querida?”
A velhinha objetou
assim:
“Moço, a
Maria da Penha
Deveria
olhar para mim,
Como não...
Pau de lenha
Na cabeça
desse velho
Que não
compra nada,
Eu sempre
aqui espero,
E não traz
nada pra casa.
Não sei
aonde ele enfia
A grana do
leite e mais
Coisas, a
aposentadoria
E vende até
os animais,
Mas não quer
comprar
Nada para
mim, ó moço.”
O velhinho
rebateu de lá:
“Vou cortar
o pescoço
Dessa velha,
que sempre
Pega um pau
de lenha
Visado a
cabeça da gente,
Fiado na
Maria da Penha.
Já faz
quanto tempo sim,
Que o povo fala
bem dela,
E tudo
ficando tão ruim,
A velha, nem
da panela
Quer cuidar,
ó seu moço,
Como
comprarei nada?
Vou cortar
seu pescoço,
E Maria da
Penha casa
Comigo, quem
sabe, faça
Uma comida
melhor sim,
E eu tenha
mais graça
Com essa longe
de mim.”
Ora, o homem
de Deus
Crê na Maria
da Penha,
Mas o conselho seu
É contra o
pau de lenha.
E ainda
contra o fação
Que o
velhinho usava
Bem seguro
na sua mão,
Para cortar
a sua amada.
O que fez
para acalmar
Os 2, o
homem de Deus?
Ele começou
a lembrar
Do passado
que já viveu
A velhinha,
trabalhando
E juntando
seu dinheiro,
Nesse
cantinho baiano
Para ter o
tempo inteiro
Fama de rica
e viver bem
Entre amigos
e amigas,
Se preocupou
também
Durante toda
uma vida
No estudo dos
filhos sim,
Na melhor
Faculdade,
Vê-los
ditosos até o fim,
Claro, numa
rica cidade.
Daí ela
ficando já idosa,
Seus filhos
longe dela,
A idade faz
preguiçosa
E não cuida
da panela.
Então o
velhinho já acha
Ruim a sua
comida,
Isso faz
parte da graça,
Melhor
dizendo, da vida
Que Deus dá
na Terra,
Tanto para a
senhora
Neste bom pé
de serra,
Que fica
brigando agora,
Quanto para
o senhor
Que não quer
usufruir
Do fruto que
já juntou,
Sabendo que
ficará aqui
Nas mãos dos
filhos sim,
Das noras,
das filhas,
E dos genros,
e seu fim
É ser levado
pela trilha
Que não
voltará mais.
Daí o homem
de Deus,
Deixando os
2 em Paz,
Também deu
sim o seu
Conselho ao
senhor:
“Ó meu
velho, entendo
Que o senhor
já ralou
Muito e já
está vivendo
Os últimos
dias de vida,
Eu posso até
morrer...
Mas sua
varoa querida
Está no
tempo de viver
Fruindo bem
neste lugar,
Pois na sua
mocidade
Só viveu
para trabalhar,
E pôr filhos
na Faculdade
Pra hoje
serem mestres,
E se o
senhor não usar
Bem o
fruto... Apodrece,
Pois nenhum
virá para cá.
Eles são
mestres e não
Vão esquentar
a cabeça,
Tudo isso
eles venderão,
E ralou só para
ser besta.
Então, tudo
que a sua
Velhinha
amada desejar,
Compre, que
vá pra rua,
Acesse um
bom celular,
Porque esta
é a porção
Que Deus dá
ao Homem
E a Mulher
do sertão,
Pois só
ficará seu nome
Na memória
dos filhos,
Das noras,
das filhas
E dos
genros. O brilho
Dependerá da
trilha
Que o Homem
e Mulher
Seguirem até
o final.
Então,
agora, já com Fé,
Dê um abraço
fraternal.
Os senhores
começaram
Sim em 2,
como amantes
E de tudo já
desfrutaram,
Agora, são
importantes
Só como
amigos e irmãos.
Por isso não
precisa ter
Esta tamanha
confusão,
De nada a
grana vai valer.”
Daí o velho
pediu perdão,
E disse:
“Sem você moço,
Eu iria com
este facão,
De fato,
corta o pescoço.”
A velha
também perdoou,
E com o pau
de lenha
Nas mãos
assim falou:
“Ó moço, ele
que venha...”
Porém, tudo
terminou
Na Paz, a
velha já se foi,
E pouco
tempo custou
Para o seu
velho ir atrás.
Mário
Querino – Poeta de Deus
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