O homem está individual
E cada dia que se passa,
Vive atrás de novo ideal
Que me deixa sem graça.
Quando principiei a ler,
Usava só caneta e papel,
Já a máquina de escrever
Considerou-me tabaréu.
As cartas não eram lidas
Com interesse e alegria.
Mas fiz de tudo na vida
Para cursar Datilografia.
Mas veio o computador,
A máquina fica pra trás.
Agora, alguém me falou:
“A carta não existe mais.
Já foi a época de correio,
Hoje, a notícia é da hora,
Tudo é na base do E-mail
Jogue sua máquina fora.”
Ora, o tempo foi passado
E fiquei de novo excluído.
Voltei a ficar indagando:
Cadê meus bons amigos?
E para reconquistá-los fiz
Um curso de Informática.
Até agora me sinto feliz,
Mas sofro sem as cartas.
Porque envio um E-mail,
O amigo fica intranquilo.
Pois tem grande receio
De ser um terrível vírus.
Com isso estou distante
E vivendo isoladamente,
Cadê o povo importante
Que não temia a gente?
Mário Querino – Poeta de Deus
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