Eu já saí na porta da rua
E vi muitas fogueiras
Acesas na rua e na praça
Do Distrito de Bananeiras.
É uma tradição religiosa
Que já tem uns 300 anos
De existência no Distrito,
É Cultura do povo baiano
Que mora neste lugarejo.
Tem gente que considera
Como costume idólatra,
Contudo, quem me dera
Um poder de eu me livrar
Da idolatria que existe
Dentro do meu coração!
E por mais que eu fique
Longe de tudo que é ídolo
Eu não consigo me livrar
De idolatrar algo na vida,
Sobretudo, o bom celular.
Quem não é apegado sim,
A um celular? Quem mais
Condena a idolatria vive
Com um, e perde sua paz
Quando os créditos se vão
Ou falta a sua Internet.
Isso já é uma idolatria sim,
A ponto que se esquece
Que está ainda no mundo.
Mas as fogueiras só vêm
De ano em ano na mente
Deste nosso povo que tem
Cultura e costume de fazer
Fogueira defronte a porta
De sua casa. Mas isso já é
Tradição e não me importa,
Pois não faz nenhum mal.
Apenas espanta muriçoca
Que evita a gente dormir.
Se este povo disso gosta,
Quem sou eu para mudar
A ideia dos antepassados?
Não, eu estudo Teologia
É para ser um civilizado
E não Teólogo alienado.
Eu devo aconselhar sim,
As pessoas que estão lá
Fora e vêm até a mim
Pedir uma ideia correta
Para mudar o seu atalho,
Claro, para melhor viver.
Mas não é meu trabalho,
Mudar a Cultura do povo,
Condenar a sua tradição
E querer que viva do meu
Jeito, seria uma alienação.
Mário Querino – Poeta de Deus
Poeta Mário Querino 24/06/2018 |
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