Hoje eu já passei o dia
Pondo o forro na casa
De meu filho Alejandro.
Como garoando estava,
Alguém me deu sim,
Um bom guarda-chuva,
É claro, cor-de-rosa,
Sem nenhuma dúvida,
Peguei o guarda-chuva
E cruzei praça e ruas,
Até chegar à minha casa.
Como na vida continua
O preconceito em tudo,
Foi caçoado o Poeta,
Por usar o guarda-chuva
Que tem uma cor desta.
Daí então, eu perguntei:
Posso fazer um indago?
Alguém respondeu:
“Pode, estou preparado...”
Daí então eu perguntei:
Se a sua querida mulher
Se vestir de cor-de-rosa,
Deixarás outro qualquer
Andar com ela por que
Ver dentro dum vestido
Cor-de-rosa, ó cara?
Alguém já constrangido
Respondeu: “O que é isso,
Ó cara? Você está louco?”
Daí indaguei: Quem disse
Que rosa não dar gosto
A homem, e sim a mulher?
O que tem a ver macho
Ou fêmea com a cor?
Se a dona pôr no quarto
As paredes cor-de-rosa,
Permitirás outro que
Gosta de rosa entrar?
Quem faz o homem ser
Isso ou aquilo também,
Não é nenhuma cor,
É o seu bom gosto,
E resolva com o Senhor,
Que cobrará isso tudo,
Do justo e do injusto,
Mas faço a minha parte,
Que caçoe o público.
O bom é eu não ficar
Molhadinho de garoa.
O inteligente se abriga
Para viver numa boa.
Ao entrar na minha casa,
Porei o guarda-chuva
Ali num cantinho e sou
O mesmo, sem dúvida.
A cor rosa está somente
No guarda-chuva e não
Em mim. Eu Sou cônscio
Do que eu sou, ó irmão.
Mário Querino – Poeta de
Deus
Poeta Mário Querino 03/06/2018 |
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