Poeta Mário Querino 16/12/2018 |
Alguém estava com dor
Na sua orelha direita,
E procurou um Doutor
Pra lhe dar uma receita
Do remédio apropriado
Para curar o ferimento
Que já estava avançado
E causando sofrimento.
Então o Doutor já vendo
O mal que já estava sim,
Crescendo, crescendo...
E a doente achando ruim,
Foi logo direto no teor:
“Dona, nenhum remédio
Prescrito por um Doutor
Ou por outro intermédio,
Vai fazer seu mal sair não,
Desta orelha direita.
Mas darei uma sugestão
Não sei se a senhora aceita.
Ora, na minha concepção,
Se a senhora tirar o brinco,
Será a única solução.”
A senhora objetou: “Sinto
Muito, ó Doutor, mas eu
Sou apaixonada por eles.
E destes brincos meus,
O que fazer, se gosto deles?
Vou jogar fora meu ouro?”
O Doutor simplesmente
Disse: “Sei, é um tesouro,
Então continue doente
Com os brincos nas orelhas,
Porém, nada posso fazer.
Quem sou eu na vida alheia?
Se a senhora não quer viver
Sem os seus brincos, viva,
E a orelha assim continua,
Cada dia mais comida
Por causa da vontade sua.”
Tem gente que se apega
Tanto nas coisas matérias,
Que vive má e não enxerga
Que a vida vale muito mais.
Então, opta viver doente
Do que deixar os enfeites,
Que passam de repente
E viverá sim, sem esses...
Mário Querino – Poeta de Deus
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