Eu fiz uma pergunta
Há muitos anos,
E ainda não obtive
No cantinho baiano
A resposta, para que
Eu viva mais ciente
E possa usufruir bem
Entre essa boa gente
Que fica sim ao redor.
Viver é bom demais,
E quando está feliz
Usufruindo com paz,
Amor e alacridade,
A vida fica melhor
Aqui, sem dúvida,
E o povo ao redor
Deixa a gente bem.
E quando na vida
Tem amor sincero
Da Mulher querida,
A Morte traz a dor
Maior do mundo.
Jesus suportou tudo,
Mas sentiu no fundo
Do coração, quando
A Morte separou
Sua alma do corpo.
Por isso Ele gritou:
“Deus meu, Deus meu,
Por que me desamparaste?”
Então, se já perguntei
E não vi um destaque,
É por que nunca devo
Ter a devida resposta.
Por que, ó Querino?
Porque pode a porta
Para mim se fechar.
Pois minha pergunta
É esta no Orbe Terra,
Que todos assuntam:
Quantos anos eu vou
Ainda viver na Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra?
Depois que inquiri,
Veio-me o aforismo
Sim, imediatamente,
E fiquei desiludido,
Porque nunca terei
Aqui a resposta desta
Pergunta que eu fiz
Na Terra como Poeta.
Ora, acho bom eu não
Saber quantos anos
Eu ainda tenho para
Viver no canto baiano
Intitulado Pindobaçu
Onde fica Bananeiras
Meu bom pé de serra
Onde a vida inteira
Fico com a D. Marisa
Na Chácara Santa Maria,
Onde ouço o cantar
Dos pássaros todo dia.
Imagina se soubesse
O dia em que eu vou
Morrer! Alguém disse:
“Se fosse hoje, senhor,
Como ficaria sua vida?”
O cara era Pregador
Da Palavra de Deus. Eu
Disse: É claro, eu vou
Levar você, ó amigo,
Para não ir sozinho.
Ora, alguém me disse:
“Siga o seu caminho
E me deixe tranquilo
No Planeta Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra.”
Daí eu lhe perguntei:
Se você não quer ir,
Por que vive iludindo
O nosso povo por aí,
Dizendo que o Céu
É um lugar muito rico,
Que não tem fome
Nem dores, e Cristo
Jesus é nosso Senhor,
E você sabendo disso,
Não quer ir comigo?
Por isso Jesus Cristo
Relatou bem sobre
Os mercenários,
E não declarou nada
Para os missionários.
Ora, na minha intuição,
Quem ensina a trilha
E não quer nela passar
Nem aceita a Família
Passar, eu sinto muito,
É um ensinamento
Que devemos analisar
Antes do apegamento.
Por que Deus me fez
No Planeta Terra,
Certamente neste
Meu bom pé de serra,
Para eu viver aqui
E depois eu morrer,
E com o tempo virar
Pó, sobre o novo viver
Que virá após a Morte,
Isso ninguém sabe,
Porque Jesus reviveu
Lázaro, e não nos cabe
Saber o que Lázaro
Viu quando lá estava
Morto no mausoléu.
Ora, por que ele nada
Comentou as irmãs
Que tanto lhe amavam?
Quando Jesus morreu,
Ressuscitou e ficava
Entre seus discípulos,
Algo Ele comentou
Sobre a vida depois
Da Morte? Agora, vou
Ficar aqui me iludindo
Em pregação de gente
Que visa vida ostenta,
E não é não, ciente
Do caminho que vive
Ensinando pros outros,
Que se iludem, como eu,
Que fiquei até louco?
Então, quem quiser
Algo bom me ensinar,
Ensine-me para eu ter
Meios bons de ganhar
Algo para usufruir aqui,
Pois, depois de morrer,
Tudo pertence a Deus,
Não é preciso querer
Mais nada, por que
Morto já tem destino
Determinado por Deus,
E não, por Mário Querino.
Já imaginou eu ensinar
Ao povo o caminho
Do Céu e eu não saber
Como ele é? Sozinho
Devo parar e pensar
No que estou fazendo,
Para depois não ouvir
Jesus assim dizendo:
“Eu não te conheço!”
Será que o dinheiro
Que ganharia pregando
O meu tempo inteiro,
Valeria à pena, ó cara?
Quero viver na Terra,
Sobretudo no meu
Querido pé de serra
Titulado Bananeiras.
Ora, acho melhor eu
Não saber quantos
Anos tem para Deus
Deixar-me no Planeta
Intitulado Terra,
Mormente no meu
Admirável pé de serra.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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