Ora, terminei de fazer
Um trabalho obrigado
Aqui em minha casa,
Depois eu fui banhado
Pra dormir numa boa,
E quando me deitei,
Sem demora, eu logo
No bom sono peguei,
Daí eu tive um sonho.
Sonhei com besteira,
A ponto de eu ficar
Aqui em Bananeiras
Pensando. O sonho
Foi assim: Na Fazenda
Havia uma área perto
Da cidade e uma cena
Aconteceu e foi sim,
Uma grande besteira,
E o dono da Fazenda
Tinha sim mangueira
Que seu empregado
Usava para molhar
As plantas que tinha
Na área, e por faltar
Algumas mangueiras,
Mangueiras velhas sim,
Fez muita, muita falta
Por que ficou ruim
Para fazer à molhada
Com as mangueiras
Que ficaram na área.
Daí com brincadeira
O empregado falou:
“Patrão, as mangueiras
Estão sumindo daqui.”
Ora, sem brincadeira
O patrão disse rindo:
“Você está deixando
A mangueira sumir,
Ó cara?” E olhando
Para o patrão rindo,
O empregado falou:
“Eu vou fazer o quê,
Agora, meu senhor?”
O patrão redarguiu:
“Vamos pôr câmaras
Em mais ponto sim,
Estratégicos, manda
Um técnico instalar
Para a gente ver
Esse cara que vem
Buscar com prazer
Minhas mangueiras.”
Assim o empregado
Fez. Depois duns dias,
Um cara desconfiado
Chegou à área sim,
Onde as mangueiras
Estavam ali juntas.
Ora, sem brincadeira,
O cara desceu a mão,
Pegou sim, a ponta
Da mangueira e levou
A mangueira pronta
Para ele usar na boa,
Achando que estava
Só, mas as câmaras,
Tudo elas gravavam.
Ora, o patrão chegou
Na Fazenda e inquiriu
Para seu empregado:
“Então, cara, você viu
Alguém pegando
Uma mangueira?”
O empregado disse
Com brincadeira:
“Patrão, a mangueira
Sumiu, porém, não vi
Quem pegou não.”
O patrão disse: “Aqui
Quem foi, conhece?”
O empregado falou:
“É o melhor amigo seu,
Ó meu senhor!
Deus é mais, patrão,
Onde vamos parar
Com essa má ação?
Em quem acreditar
No Planeta Terra?
O senhor ajuda o cara,
E ele fazendo isso
Dentro da sua área?”
Ora, o patrão disse:
“Cara, quando você
Ver o nosso amigo,
Você procure saber
Se já tem mangueira
Suficiente para o uso,
E se ele não tiver, eu
Darei, é um absurdo,
Tanto que eu ajudo
Esse amigo aqui
E ele fazendo isso?
Por que não pedir?
Ora, eu daria nova,
E ele essa besteira
Não careceria fazer:
Pegar as mangueiras
Velhas e furadas,
Deus é mais, como
Você disse, ó cara,
Entra como dono.”
O empregado disse:
“O que fazer agora?”
Seu patrão objetou:
“Ora, só isso: Na hora
Em que ele chegar
Aqui, não dê atenção,
Para ele perceber
Que agora, você não
Está não, feliz consigo.
Daí ele vai se sentir
E reconhecer o erro
Que cometeu aqui
Sem necessidade,
Pois pelo que ele é
E pelo que ele tem,
Deve ter qualquer
Doença na mente
Ou uma mania sim,
De pegar algo alheio.
Então, para mim
Isso não me deixa
Mais pobre, e se ele
Devolver-me, não
Serei rico diante dele,
E nada daqui é meu,
Apenas eu só lido
Para usufruir disso,
Envergonhar amigo,
Eu não gosto não,
Todos têm aqui,
Algum defeito sim,
E o dele é de invadir
Área alheia e pegar
As coisas sem ordem
Do dono. O que você
Agora fazer pode,
Ó meu empregado?
É ficar mais amigo
Dele lá fora e bater
Resenha, fingido,
A ponto de ele falar:
‘Tu trabalhas ainda
Na Fazenda?’ Só diga:
Meu contrato finda
Neste mês, e não sei
Se eu vou continuar
Trabalhando com ele,
Pois ele gosta de ficar
Reclamando a gente,
E isso é muito infeliz
Para um trabalhador.
Ora, ouvir isso ele quis,
E daí vai abrir o jogo:
‘É por isso que eu ia
E pegava mangueira,
Cara ruim, não merecia
Ter nada nesta vida’.”
O empregado do cara,
Olhando para o amigo
Que invadia a área
Onde ele trabalhava
Inquiriu: “Por que tu
Não pediste pra ele?
Ele traria de Pindobaçu,
Ele é um cara ruim,
Como tu disseste,
Porém ele para mim
Sempre oferece
Alguma coisa que vê
Que eu preciso aqui.
Por isso você está
Errado por invadir
A área alheia fora
De hora, ó amigo.”
O cara, falou: “Nada,
Se eu agora preciso
De mangueiras, acha
Que eu vou comprar,
Tendo na área dele?”
Ora, ouvi me chamar
Suavemente D. Marisa:
“Zinho, Zinho... Tem
Alguém batendo sim,
Está ouvindo também?”
Levantei-me na boa,
Saí e não vi ninguém,
E o dia já estava claro,
Dava pra ver também
Perto da nossa área,
Chácara Santa Maira.
Daí eu pensei assim:
Mostrarei com alegria
Este meu sonho que
É sim, uma besteira,
Mas sonhei alguém
Roubando mangueira.
Mas interpretando
Bem este sonho meu,
O povo de Bananeiras
Nesta noite correu
Uns atrás dos outros.
Foi um movimento
Que só acontece sim,
Neste devido tempo...
Mário Querino – Poeta de Deus
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