domingo, 6 de outubro de 2024

NINGUÉM ROUBA SEM ALGUM MOTIVO, ÀS VEZES É POR PRECISÃO, E ÀS VEZES É POR MANIA, DEVEMOS TER PACIÊNCIA E TOLERÂNCIA PARA NÃO VIVER PIOR DO QUE O LADRÃO

 


 

Mário Querino 06/10/2024

Ora, terminei de fazer

Um trabalho obrigado

Aqui em minha casa,

Depois eu fui banhado

 

Pra dormir numa boa,

E quando me deitei,

Sem demora, eu logo

No bom sono peguei,

 

Daí eu tive um sonho.

Sonhei com besteira,

A ponto de eu ficar

Aqui em Bananeiras

 

Pensando. O sonho

Foi assim: Na Fazenda

Havia uma área perto

Da cidade e uma cena

 

Aconteceu e foi sim,

Uma grande besteira,

E o dono da Fazenda

Tinha sim mangueira

 

Que seu empregado

Usava para molhar

As plantas que tinha

Na área, e por faltar

 

Algumas mangueiras,

Mangueiras velhas sim,

Fez muita, muita falta

Por que ficou ruim

 

Para fazer à molhada

Com as mangueiras  

Que ficaram na área.

Daí com brincadeira

 

O empregado falou:

“Patrão, as mangueiras

Estão sumindo daqui.”

Ora, sem brincadeira

 

O patrão disse rindo:

“Você está deixando

A mangueira sumir,

Ó cara?” E olhando

 

Para o patrão rindo,

O empregado falou:

“Eu vou fazer o quê,

Agora, meu senhor?”

 

 O patrão redarguiu:

“Vamos pôr câmaras

Em mais ponto sim,

Estratégicos, manda

 

Um técnico instalar

Para a gente ver

Esse cara que vem

Buscar com prazer

 

Minhas mangueiras.”

Assim o empregado

Fez. Depois duns dias,

Um cara desconfiado

 

Chegou à área sim,

Onde as mangueiras

Estavam ali juntas.

Ora, sem brincadeira,

 

O cara desceu a mão,

Pegou sim, a ponta

Da mangueira e levou

A mangueira pronta

 

Para ele usar na boa,

Achando que estava

Só, mas as câmaras,

Tudo elas gravavam.

 

Ora, o patrão chegou

Na Fazenda e inquiriu

Para seu empregado:

“Então, cara, você viu

 

Alguém pegando

Uma mangueira?”

O empregado disse

Com brincadeira:

 

“Patrão, a mangueira

Sumiu, porém, não vi  

Quem pegou não.”

O patrão disse: “Aqui

 

Quem foi, conhece?”

O empregado falou:

“É o melhor amigo seu,

Ó meu senhor!

 

Deus é mais, patrão,

Onde vamos parar

Com essa má ação?

Em quem acreditar

 

No Planeta Terra?

O senhor ajuda o cara,

E ele fazendo isso

Dentro da sua área?”

 

Ora, o patrão disse:

“Cara, quando você

Ver o nosso amigo,

Você procure saber

 

Se já tem mangueira

Suficiente para o uso,

E se ele não tiver, eu

Darei, é um absurdo,

 

Tanto que eu ajudo

Esse amigo aqui

E ele fazendo isso?

Por que não pedir?

 

Ora, eu daria nova,

E ele essa besteira

Não careceria fazer:

Pegar as mangueiras

 

Velhas e furadas,

Deus é mais, como

Você disse, ó cara,

Entra como dono.”

 

O empregado disse:

“O que fazer agora?”

Seu patrão objetou:

“Ora, só isso: Na hora

 

Em que ele chegar

Aqui, não dê atenção,

Para ele perceber

Que agora, você não

 

Está não, feliz consigo.

Daí ele vai se sentir

E reconhecer o erro

Que cometeu aqui

 

Sem necessidade,

Pois pelo que ele é

E pelo que ele tem,

Deve ter qualquer

 

Doença na mente

Ou uma mania sim,

De pegar algo alheio.

Então, para mim

 

Isso não me deixa

Mais pobre, e se ele

Devolver-me, não

Serei rico diante dele,

 

E nada daqui é meu,

Apenas eu só lido

Para usufruir disso,

Envergonhar amigo,

 

Eu não gosto não,

Todos têm aqui,

Algum defeito sim,

E o dele é de invadir

 

Área alheia e pegar

As coisas sem ordem

Do dono. O que você

Agora fazer pode,

 

Ó meu empregado?

É ficar mais amigo

Dele lá fora e bater

Resenha, fingido,

 

A ponto de ele falar:

Tu trabalhas ainda

Na Fazenda? Só diga:

Meu contrato finda

 

Neste mês, e não sei

Se eu vou continuar

Trabalhando com ele,

Pois ele gosta de ficar

 

Reclamando a gente,

E isso é muito infeliz

Para um trabalhador.

Ora, ouvir isso ele quis,

 

E daí vai abrir o jogo:

É por isso que eu ia

E pegava mangueira,

Cara ruim, não merecia

 

Ter nada nesta vida.

O empregado do cara,

Olhando para o amigo

Que invadia a área

 

Onde ele trabalhava

Inquiriu: “Por que tu

Não pediste pra ele?

Ele traria de Pindobaçu,

 

Ele é um cara ruim,

Como tu disseste,

Porém ele para mim

Sempre oferece

 

Alguma coisa que vê

Que eu preciso aqui.

Por isso você está

Errado por invadir

 

A área alheia fora

De hora, ó amigo.”

O cara, falou: “Nada,

Se eu agora preciso

 

De mangueiras, acha

Que eu vou comprar,

Tendo na área dele?”

Ora, ouvi me chamar

 

Suavemente D. Marisa:

“Zinho, Zinho... Tem

Alguém batendo sim,

Está ouvindo também?”

 

Levantei-me na boa,

Saí e não vi ninguém,

E o dia já estava claro,

Dava pra ver também

 

Perto da nossa área,

Chácara Santa Maira.

Daí eu pensei assim:

Mostrarei com alegria

 

Este meu sonho que

É sim, uma besteira,

Mas sonhei alguém

Roubando mangueira.

 

Mas interpretando

Bem este sonho meu,

O povo de Bananeiras

Nesta noite correu

 

Uns atrás dos outros.

Foi um movimento

Que só acontece sim,

Neste devido tempo...

 

Mário Querino – Poeta de Deus  

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