Ora, alguém inquiriu:
“Qual maior burrada
De um profissional
Ter num setor raiva
Da ferramenta sim,
E ainda do material
Que usa na empresa
Pra faz algo especial?”
Ora, o que objetar?
Na minha intuição,
Somente isso agora:
É falta sim, de noção
Um profissional ter
Raiva da ferramenta
Que não tem vida
E nem no mal pensa.
Ter raiva do material
É uma grande burrice,
Pois se ele machucar,
Esse descuido existe
É sim no profissional,
E não, nos objetos,
Que não têm vida,
E quem chega perto
Não é não, o material,
E sim, quem trabalha.
Ora, é sim, o obreiro
Quem comete a falha.
Como sendo pedreiro,
Terei raiva da colher,
Do prumo, da trena,
Do nível e do que é
Necessário pra mim
Usar na construção?
O que fazem comigo?
Não é falta de noção,
Eu sentir raiva disso
No setor da firma?
O que faz o andaime
De mal à minha vida?
Ora, o que faz de mal
O ferro, massa, bloco
E tudo o que a gente
Usa na obra? Posso
Afirmar que é burrice
De um profissional
Ficar com raiva disso
Tudo, porque o mal
Vem não por causa
De nada disso não,
Mas por causa sim,
Da falta de atenção
De quem trabalha
E tem vida, noção,
Inteligência, saber,
E uma boa visão.
Pois se eu tropeçar
No bloco, na tábua,
No ferro, eu posso
Ter deles essa raiva,
Se eu deixei à-toa?
Então, eu ter raiva
Sim, da ferramenta
E material é burrada.
Pois eles não podem
Fazer nada comigo,
Se eu não usá-los.
Então, meu amigo,
A ignorância é sua,
Essa falta de noção
É sua também,
Por isso meu irmão,
A maior burrada
Não é da ferramenta
Nem do material,
É de quem pensa
E pode evitar o mal.
Porém, se trabalha
Ao lado da preguiça,
Incide essa falha.
Alguém pode indagar:
“E quem pode evitar
Um acidente no setor
De trabalho? Aí está,
Cabendo segurança,
Pois eu não vou não,
Subir numa escada
Sem haver condição
De aguentar o peso
Que tenho na Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra.
Em verdade, quem
Não tem vida jamais
Falha, a falha é sim,
De quem usa. Se faz
Falsificado, isso pode
Causar um acidente.
Agora, eu pergunto
Para essa boa gente:
Qual segurança tem
Um carro puxando
100 km por hora
Num espaço baiano?
Caso haja acidente,
O carro é culpado?
Claro que não! Então,
A falta de cuidado
Foi do Motorista,
E não do carro que
Não tem aforismo
Para fazer temer.
Por isso eu afirmo
Que é uma burrice
Um profissional ter
Ira. Ora, não existe
Nenhuma sabedoria,
Nenhuma inteligência,
Que confirme razão
Para quem pensa
E tem raiva de algo
Que não tem vida.
Não quer ser ferido?
Siga a sua boa lida
Sem a tal preguiça,
Deixando o espaço
Limpo e bem seguro,
É isso que eu faço,
E graças ao Senhor,
Que até aqui eu não
Sofri acidente grave,
Pois, nem o patrão
Obriga-me eu subir
Em escada podre,
Porque me pagar
Ele sempre pôde,
Porém me dar vida,
Ele nunca poderá.
Nesse caso, é melhor
A empresa eu deixar.
Ora, eu seria burro,
Se subisse na escada
Podre, e depois
Eu dela sentir raiva.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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