Alguém encontrou sim,
Um cara que era antes
Um grande amigo aqui
Neste lugar importante
Para muita gente que
Vem com ledice visitar.
Daí alguém estava sim
Tentando se lembrar
Do cara que já estava
Com outra aparência.
Ora, a conversa é boa
Que, alguém ali pensa
Antes sim de inquirir:
“Tu és de onde amigo?”
O cara objetou assim:
“Sou da Bahia e vivo
Num bom pé de serra
Intitulado Bananeiras,
Onde eu nasci cresci
E vivo a vida inteira.”
Alguém que conhecia
Sim bem Bananeiras,
Inquiriu novamente:
“Vives a vida inteira
Nesse amado lugar?”
O cara objetou: “Sim,
Desde quando nasci.”
Ora, tintim por tintim
Alguém queria saber
Mais do cara que ali
Conversava com ele.
Daí falou: “Conheci
Um conterrâneo aqui,
Que entrou na Igreja
Dos crentes e ficou
Louco, foi uma peleja
Para controlar o cara.
Ele ainda é vivo?
Ele era um cara bom,
E ficou enlouquecido.”
O cara reconhecendo
O amigo compatrício,
Falou: “Ele já morreu
Há 39 anos no Distrito
De Bananeiras, foi sim
Um Deus me acuda,
Até eu mesmo lhe dei
Uma grande ajuda,
Porém, não teve jeito,
O cara morreu iludido
Na Igreja dos crentes,
Depois de ter sofrido
Loucura, aflição, prisão
E menosprezo e mais
Coisas ruins nesta vida,
De tanto sofrer os pais
Ficaram muito tristes.”
Ora, esse cara era sim
O mesmo que falava
Com alguém, que a fim
De saber como estava
A vida desse patrício
Que conhecia desde
Menino nesse Distrito,
Mas foi se embora sim,
E quando voltou para
Rever seus familiares,
Se deparou com o cara.
Porém o cara já estava
Com aspecto diferente,
Já estava careca, velho
E separado de crentes,
É claro, com aspecto
De homem mais ditoso,
Mais satisfeito da vida
E mais amigo do povo.
Chegando o final sim,
Dessa boa conversa,
O cara não aguentou,
E falou como Poeta:
“Ó meu amigo fulano!
Graças ao Senhor Deus,
Que o cara ainda está
Vivo, e o cara sou eu!”
Alguém com dúvida,
E emocionado falou:
“Graças a Deus que
Você curado já ficou!”
Ora, quando alguém
Acha que eu já morri,
Eu apareço dizendo:
Estou de novo aqui!
Mário Querino – Poeta de
Deus
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