Ora, quando a gente
É moço e fica louco
Crendo que pode fazer
Tudo e mais um pouco.
Daí pratica tudo que
Não deve praticar,
Mas quando os pais
Falam acha que está
Certíssimo na vida,
Pois é jovem e deve
Fazer tudo na boa
Nem que o Cão leve
Consigo pro Inferno.
Pois o bom é fazer
O que pensa a mente
E almeja seu coração.
Ora, fui muito louco,
Se eu não pratiquei
Algo contra as regras,
Mas eu muito pensei
Em praticar, só não fiz
Por que meus pais
Eram sim, exigentes,
E cobravam demais,
Para verem a gente
No caminho do bem.
Mas quando é moço
No Orbe, a gente tem
Uma adrenalina sim,
Muito alta na Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras.
Ora, quando a gente
Fica com a idade
Avançada, exigente
Começa a ficar sim.
Daí tudo já fica ruim,
E achando que não
É bom viver assim,
Essa mocidade que
Não liga para nada.
A gente não regressa
Para rever a estrada
Que no passado eu
E vocês, ó idosos, já
Passamos e fizemos
Pior que isso. Ora, vá
Se sentar num canto
E reflita tudo que fez
Na sua mocidade,
Eu acho que talvez,
Seus filhos são bem
Melhores que você,
Pois eu que sou sim,
Do tempo, pude vê
Que você era um cão
Correndo entre tocos,
Porém, hoje em dia,
Ver o erro nos outros.
Então, penso assim:
Eu vivi, vivo e viverei
O meu tempo, meus
Filhos e netos, eu sei
Que eles viverão sim,
O tempo deles aqui
No Planeta Terra,
Onde eu nasci, cresci
E fiz muitas besteiras,
E graças ao Senhor,
Que eu já cheguei
Até aqui com vigor.
Por isso eu procuro
Aconselhar os filhos,
E os netos, não por
Ter tido esse brilho
Que a mocidade vê,
Mas pra serem aqui
Do bem e não terem
A dor que eu senti
Quando eu era moço.
Ora, nós pais e avós,
Achamos que moço
É forçado ouvir a voz
Dos pais ou de avós.
Agora, eu pergunto:
Vocês ouviram seus
Pais e avós? Assunto
Que eu não ouvia.
Ora, hoje é o tempo
Dos filhos e netos
Ou bisnetos. Penso
Assim. Tem gente
Que pintou e bordou,
Como dizia mãe Dedé.
Hoje, serve ao Senhor,
E acha que os filhos
São forçados a servir.
Isso não funciona,
Pois pais vão sentir,
A dor que fizeram
Os seus pais e avós
Sentirem na Terra.
Ora, abaixem a voz
Para com os filhos,
Netos ou bisnetos.
Quando os senhores
Eram moços, pertos
Andaram da Morte,
E por um prodígio,
Até hoje ainda estão
Com o poder e vivos.
Mas se voltarem sim,
Ao passado, vocês vão
Dizer: “Graças a Deus,
Pois fui aqui um cão
Correndo entre tocos,
A fim de aproveitar
A fraqueza de irmãos
Que puderam está
Oferecendo algo em
Troca disso ou daquilo.”
Agora, querem viver
Neste Orbe tranquilos?
Quem faz aqui, paga
Aqui. Ora, mãe Dedé
Dizia-me tudo isso,
Mas eu não tinha fé
Que eu chegaria até
Aonde eu já cheguei.
Então, se eu já exijo,
É por que eu não dei
Também ouvidos
Aos meus pais nem
Aos meus avós.
E besteiras também
Eu fiz, a ponto de eu
Endoidar na Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra.
Então, só por que já
É membro de Igreja,
Pastor ou mesmo
Pregador que almeja
A partir de agora vida
Santa, não vai deixar
De pagar pelo que fez,
Aqui na Terra? Já está
Sendo um santinho?
Mas seus filhos, netos
E bisnetos, já viram
Você sem sucesso
Por ser gente ruim.
Então, Deus te livrou
Do perigo e da Morte,
Porém sentirá a dor
Que teus pais, teus
Avós tiveram por ti,
Porque quem faz
Aqui, pagará é aqui.
Por que quando for
Para o Céu, a Terra
Já triturou todinho,
Isso neste pé de serra
Percebo com saber,
Pois tudo virará Pó,
Antes de ir sim, para
A Dimensão melhor.
Mário Querino – Poeta de Deus
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