Hoje, domingo, fiquei
Contemplando a serra,
Daí me veio o inquire:
“Quem terá mais terra
Quando então morrer?”
Sem dúvida, o pobre
Vai ter mais vantagem
Do que quem é nobre.
Por que, ó Querino?
Porque nobre já tem
Sim, sua boa porção,
E pobre terá também
A sua vez. Ora, nobre
Já conquista com vida,
Mas quando morrer
Será sim, diminuída.
Ora, pobre tem pouca
Terra neste Planeta,
É claro, com vida,
Porém, usa a cabeça
Pra ganhar bem mais
Do que o nobre sim.
Enquanto nobre terá
Caixão bom, terá ruim
O pobre. Ora, quando
O nobre é enterrado
Leva pouca terra,
Pois não é quebrado
O caixão, mas o caixão
Do pobre, se quebra
À-toa. Por isso a cova
De um pobre leva
Mais terra do fundo
Até chegar à boca.
O caixão do nobre
Não se quebra, pouca
Terra leva a sua cova.
Então, não há motivo
Para eu brigar com
Os parentes, amigos
Nem com os patrícios
Desta nossa Terra,
Mormente do meu
Querino pé de serra
Titulado Bananeiras,
Espaço onde ganhei
A minha vida na boa,
É aqui que morrerei.
Por isso não tenho
Não, preocupação
Neste Planeta Terra,
Pois amo de coração.
Ora, tem gente que
Briga tanto por terra,
Depois são outros
Que lhe enterram.
Mesmo com pouca
Terra na cova sim.
Então, para que eu
Brigar? Acho isso ruim.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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