O tempo se vai sim,
E eu ficando idoso,
Não estou inquieto,
Pois vai vir de novo
Gente nova à Terra.
Então me contento
Por viver bem aqui
Durante meu tempo.
Ora, não interessa
Eu querer viver mais
Do que o permitido,
Pois ficarei para trás
Deixando meu lugar
Para outro na Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra.
Sei que não há coisa
Melhor nesta vida
Do que viver ao lado
Da Varoa D. Marisa,
Mas não devo viver
Tomando um lugar,
Se ainda virá outro
Para um tempo ficar
Como estou ficando
Neste Planeta Terra,
Mormente neste
Meu bom pé serra.
Mas há sim validez,
E se vir vencimento
É preciso desocupar
O espaço no tempo,
Se não, só atrapalha,
E não serve pra nada.
Então, devo virar Pó
E ampla ficar a casa.
Após o vencimento,
Para que mais viver?
É perder sim, espaço,
Se há outro pra viver!
Então, virar Pó será
Melhor nesta Terra,
Do que sofrer e fazer
Sofrer no pé de serra
Outra pessoa que é
Obrigada se prender
Para cuidar da gente,
Sem mais este prazer
No meu bom Distrito
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E passo a vida inteira
Trabalhando com fé,
Paz, amor e gratidão,
Mas ao chegar meu
Vencimento, eu não
Quero mais ocupar
Este espaço que Deus
Já me deu há 62 anos,
Então, hoje, penso eu
Desta boa forma aqui:
Para que serve algo
Já vencido na Terra,
Se já sou sim, forçado
A liberar este espaço,
Por que vou querer
Persistir nesta Terra,
Se há outro pra viver
No meu bom espaço?
É querer abusar sim,
Ainda sabendo que é
Vencido, insiste a fim
De não dar o espaço
Para o outro que virá
Ocupar com pujança
E algo melhor realizar.
Ora, até Deus diz que,
70 anos já é o tempo
De eu viver na Terra,
E após o vencimento,
Posso chegar aos 80
Anos de vida na Terra,
Principalmente aqui
No meu pé de serra
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E o meu vencimento
Está perto, e vou sair
Pra deixar um recinto
Para outro que virá
Fazer algo com vigor,
O que eu tinha de dar,
Já dei, hoje, é esperar
Chegar a minha vez,
Não quero sair antes
Nem ficar com vocês
Já vencido na Terra.
Sabe por que penso
Desta maneira aqui?
Por ter entendimento
Que não sou daqui,
Vim do Pó, mas não
Para ficar pra sempre.
Não há preocupação
Da minha parte não,
Pois sou louco, mas
Entendo que a vida
Veio à Terra capaz
De permanecer sim,
70 anos ou 80 anos,
E eu já estou com 62
No cantinho baiano.
Então já começo sim,
A me preparar para
Ser no singelo caixão
Levado pelos caras
Ao Cemitério da Paz,
Sem nenhuma dúvida,
Ainda que seja entre
Um Deus me acuda
Aqui em Bananeiras.
Pois já entendo isso,
E não devo insistir,
Se meu viver é Cristo
E meu morrer é lucro.
Por que meu morrer é
Lucro, ó meus amigos?
Ora, porque minha fé
Faz-me entender que,
Devo sair e os filhos
Devem continuar sim,
A obra com o brilho
Que eu comecei aqui
No Planeta Terra,
Sobretudo no meu
Querido pé de serra
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E vivo satisfeito com
A vida que levo aqui
Ao lado dessa Mulher
Intitulada D. Marisa,
Mulher que cuida
Bem da minha vida.
Mas quando perder
A minha validade,
Devo desocupar sim,
O espaço. É verdade,
O tempo se vai sim,
E já estou chegando
Ao vencimento aqui
No cantinho baiano,
Mas não me inquieto,
Ainda sendo bruto
O método da Morte,
O meu morrer é lucro,
Após o viver é Cristo.
Ora, não quero não,
O lugar de ninguém,
Por ter um coração
Que reconhece que
Tenho uma validez,
E ao vencer, eu não
Vou ficar com vocês.
Regressarei ao Pó
Com boa satisfação,
Levado pelos caras
Dentro dum caixão.
Parece sim, assunto
De louco, mas é sim,
Uma loucura, por que
“Sábio” acha isso ruim.
Hoje, domingo, redigi
Sim, esta loucura, claro,
Ouvindo canções na boa
Do rei Roberto Carlos.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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