Quanto mais a gente
Busca fazer o melhor,
Parece que a coisa
Caminha para o pior.
Como assim, ó Poeta?
Ora, quando a gente
Começa a caminhar
Juntos, acha diferente
O procedimento sim,
Que acaba ficando
Frustrado num canto,
No cantinho baiano.
Então, acho melhor
Ficar assim isolado,
Na paz, ainda que eu
Viva menosprezado
Ou sem mais almejo
De participar de algo
Que fui sim, influente
No tempo passado.
Ora, pode ser loucura,
E pode ser também
Uma forma de viver
Mais ligado ao bem
Que o nosso coração
Pensa e envia ditoso
Algo pra nossa mente
Que é visto pelo povo.
Então, onde tem vida
Que não se controla,
A melhor coisa é sim,
A gente ficar de fora.
Pois o que os olhos
Não veem o coração
Não deseja. Por isso
Eu tenho sim, razão
De ficar no Planeta
Cada dia mais longe
De algo que faz mal,
E quando se esconde
De algo desagradável,
A gente se livra sim,
Com muita precisão
De coisa que é ruim.
Ora, você pode até
Perquirir desse jeito:
“Mas na Terra não há
Ninguém perfeito,
E por que você quer
Ser assim diferente?”
Ora, o que eu devo
Objetar a essa gente?
Simplesmente só isso:
Em verdade, não tem
Ninguém perfeito
E que faça só o bem,
Todavia, no Planeta
Intitulado Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Onde eu nasci, cresci
E ainda estou vivo,
Dá para viver melhor
Entre o povo amigo,
Povo que faz coisas
Erradas, mas traz sim,
Algo no seu coração
Que acarinha a mim,
Ainda eu sendo aqui
Uma pessoa afastada.
O meu pensamento
Nesta terrinha amada
É votado para Deus.
Por isso é implexo
Eu viver em espaço
Sem os olhos abertos,
Pois quem fecha sim,
Os olhos pra não ver
O mal que incide, faz
A sua alma perecer,
Achando que está
Fazendo algo certo.
Por isso eu me sinto
Um cara complexo.
Mas é uma escolha
Que já fiz nesta vida,
Não serei virado por
Amigos nem amigas.
Por mais amor que
Eu tenha por alguém,
Meu procedimento
Será assim também.
Ora, não quer aceitar
O meu jeito de ser?
Você tem toda razão,
Não é obrigado viver
Assim como eu vivo.
Quando Deus me fez,
Disse que eu era sim,
Único entre vocês.
Ora, se eu hoje fizer
Um documento que,
Use a minha digital,
Jamais vai aparecer
Outra pessoa igual
A mim. E por que
Eu vou querer andar
Como já anda você?
Ora, todos têm sim,
O direito de escolha,
Então, não sou não,
Forçado ficar na bolha
Onde já está você,
Também não obrigo
Ninguém a ficar
Numa bolha comigo.
Por isso ninguém vai
Mudar o jeito meu.
Ora, eu nasci sozinho
E vou morrer só aqui.
A D. Marisa me ama,
Mas será que quer ir
Virar Pó ao meu lado?
Tem alguma suspeita?
Pergunte pra ela isso,
E verá se ela aceita
Essa ótima sugestão.
Por que ela dirá algo
Negativo contra mim?
Por não ser obrigado
Ninguém morrer não,
Pra provar seu amor.
Pois quando Deus nos
Fez, não determinou
Pra ninguém morrer
Por ninguém, por ser
Individual, e a Morte
Não traz não, prazer.
Por isso eu fico aqui
Afastado do povo,
Mas não deixo não,
De ter o maravilhoso
Encontro com gente
Que eu mais carecer
De ajuda ou precisar
De mim para eu fazer
Algum benefício sim.
Então, eu já vejo isso
Neste meu apreciado
E bondoso Distrito
Que, quanto mais é
Votado no bem, mais
A coisa caminha para
O que não satisfaz
Não, o corpo, a alma
E o espírito. Mesmo
Assim, eu sigo a trilha
Que não faz medo,
Mas dá expectativa
De uma Dimensão
Bem melhor que esta
Intitulada Chão.
Porque o corpo será
Triturado pela Terra,
Sobretudo pelo meu
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E triturado vou ser
Quando eu partir
Dentro de um caixão,
Porém, a minha alma
Viva acompanhará
Com prazer e calma.
Por isso eu não quero
Choro nem lamentos,
Quando eu descansar,
Pois chegou o tempo
De o corpo ser moído
E virar Pó como outros
Que foram triturados.
Que assunto louco!
Mas é realidade sim.
Não acredita nisso?
Passará por isso ainda,
Ainda que seja rico
E tenha o maior poder
Sobre tudo na Terra,
E não é diferente aqui
No meu pé de serra.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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