O Mundo é repleto
De ilusão, e por isso
A Vida é mais perto
De algo que é ilícito.
Fiz está simulação
Para mostrar sim,
Para toda a Nação
Que perto de mim
Sempre está aqui
Para conviver bem.
Alguém já pode vir
Indagar também:
“Por que estás sim
De chapéu em lugar
Coberto? Para mim,
Não se pode usar,
Aprendi com o pai.”
O que eu contrapor?
Apenas isso que vai
Agradar ao Senhor:
Para proteger sim
De entrar minhoca
Na cachola e ruim
Ficar. “Boa resposta.”
Ele para mim falou
Dando gargalhada.
Depois perguntou:
“Por que é tapada
A lente direita sim?”
Objetei sim também
Tintim por tintim
O que me faz bem:
Para não ver algo
Alheio e ambicionar
O coração. Calado
Ficou. Após pra lá
De bom, perguntou:
Por que uma mão,
Assim tão bem ficou,
Cara, e a outra não?”
Falei: Com a direita,
Eu pego tudo sim,
Pra mim, e satisfeita
A vida fica até o fim.
Mas com esquerda,
Assim sem a luva,
Fica como se deseja,
É claro, sem dúvida,
Transparente na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra
Onde eu sempre fico.
Daí alguém indagou
Assim de novo:
“A vergonha acabou
Diante deste povo,
Pra usar uma meia só,
Assim, ó cara?”
Objetei bem melhor:
Pode ser coisa rara,
Mas com uma meia
Só posso mostrar
Que, em casa alheia
Não posso entrar,
Mas na minha casa
Posso ficar satisfeito
E ninguém dirá nada.
Pois é meu direito
Andar bem sim, com
A esquerda no pé,
Assim, eu acho bom
E piso com mais fé.
Daí alguém meneou
A cabeça e saiu sim
Dizendo: “É, já ficou,
E tintim por tintim
A esquerda é melhor,
Porque já tem ajuda
Da direita ao redor,
É óbvio, sem dúvida.
Mário Querino – Poeta de Deus
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