O Espírito de Deus fez
Nesta alta madrugada
Me acordar e me alçar
Nesta singela casa,
Para eu então relatar
Este episódio e exibir
Para todo mundo sim.
Ora, hoje, pude sentir
Uma vontade louca
De redigir este caso
Que em sonho pude
Com pena observado
Na alta madrugada
Do dia de domingo.
Ora, havia na Terra
Onde Mário Querino
Já nasceu, cresceu
E persiste ainda vivo
Entre este bom povo,
Parentes e amigos.
Então, neste planeta
Intitulado Terra,
Havia uma Família
Lá num pé de serra,
Daí os progenitores
Ficaram velhos sim,
E depois morreram,
E tintim por tintim
Tudo ficou sim à-toa.
Ninguém dava valor
As suas prioridades,
Pois não tinham flor,
Não tinham não, brilho
E nem encanto não,
Pois o mato cresceu,
A terra sem exultação
Não produzia nada.
E surgiu um herdeiro
Muito louco na terra,
E investiu dinheiro
E muita mão-de-obra,
Pra ver a terra trazer
Um alto valor sim,
E ainda dar o prazer
De exibir bons frutos.
Ora, um ali passava
Meneando a cabeça
E falando: “Não notava
Que esse cara era
Assim tão louco!”
Outros zombavam
Com sorriso no rosto
Balançando a cabeça
E falando: “Esse cara
É muito doido sim,
Não presta essa área
Para produzir nada!”
Mas o cara com fé
Esperança em Deus
E em Jesus de Nazaré,
Não dava bola não,
Para ninguém que ria
Do seu labor na terra
Aonde noite e dia
Sob sol e chuvas sim,
Fazia seus afazeres.
Daí a coisa foi ficando
Boa, ouvindo dizeres
Opostos ou adversos ,
Pois nessas alturas,
O ambiente já estava
Dando com fartura
Água, luz e frutos sim,
A ponto desse espaço
Atrair gente, animais
E também pássaros.
Ora, a terra conseguiu
Alcançar um alto valor,
A ponto de ser mirada
Por qualquer agricultor.
Daí começaram a falar:
“É muito bom o recinto,
Vale muito dinheiro,
Ele deu sorte, eu
sinto
Que outros herdeiros
Vão querer impugnar.”
Ora, com o tempo
Passado, veio aprovar
A profecia de quem
Tanto elogiou a terra.
Porque entraram sim
Em questão e na era
Em que guerreavam,
O velho morreu sim
De desgosto, a velha
Achando isso ruim,
Entrou em depressão
E sem comer, beber
E dormir, morreu
E os filhos sem poder
Fazer mais nada não,
Foram se embora
E tudo ficou à-toa
A justiça até agora
Nunca mandou não,
Jogar um copo d’água
Nas plantas que estão
Há dias necessitadas,
Os outros herdeiros
Nunca vieram ver
Como estava a roça,
Com amor e prazer,
Os animais, répteis,
Insetos, aves, vegetais
Tomaram de conta
E peixes sem ter mais
Quem desse a comida
Morreram de fome,
A casa foi saqueada
Por outros homens,
Tudo regressou sim
Ao estado pior
Do que era antes.
O cuidador melhor
Morreu de desgosto,
A criadora do jardim
Morreu de depressão
E auxiliares foram sim
Se embora e tudo só
Entrou no abandono,
Porque onde há flor
E morrem os donos
A flor também seca
E virará pó como eu,
D. Marisa, os filhos,
Noras e netos meus.
Ora, nenhuma terra
Tem esse alto valor,
E quem dar o valor é
Quem cuida com amor.
Daí vem a indagação:
Esse cara muito louco,
Não era também filho
Dos velhos? De gosto,
Não poderia zelar sim
A parte que lhe coube?
Se já foi combinado
Com todos, ele pôde
Fazer da sua herança
O que mais ama fazer,
Construir jardim
Para ver com prazer
As borboletas voando
Sobre as lindas flores.
Então, como a Justiça
É mista de senhores
Que têm força e poder
Deveriam jogar água
Nas plantas e mais,
Fazer uma roçada
No mato e cuidar sim
Bem da casa. Porque
Ficando abandonada,
Vai ficar sem prazer
Pois nem o dono vai
Morar mais nela
E nem os herdeiros
Se preocupam com ela.
Daí tudo se torna pior
Do que quando era
Antes de ser cuidada
Com amor nesta Terra.
E qual objetivo do ser
Humano na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra?
Obviamente é nascer,
Crescer, trabalhar,
Envelhecer, dar trabalho
E depois ao pó voltar.
E toda a injustiça feita
No planeta Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra,
Virá à tona sem dó.
Então, o que a gente
Construir aqui, ficará
Aqui, infelizmente.
Mário Querino – Poeta de Deus
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