domingo, 21 de agosto de 2022

TODA BONECA BEM ARRUMADA, UMA MÃE AMA VER A SUA FILHA BALANÇANDO NOS BRAÇOS

 


 

Mário Querino 21/08/2022

O Espírito de Deus fez

Nesta alta madrugada

Me acordar e me alçar

Nesta singela casa,

 

Para eu então relatar

Este episódio e exibir

Para todo mundo sim.

Ora, hoje, pude sentir

 

Uma vontade louca

De redigir este caso

Que em sonho pude

Com pena observado

 

Na alta madrugada

Do dia de domingo.

Ora, havia na Terra

Onde Mário Querino

 

Já nasceu, cresceu

E persiste ainda vivo

Entre este bom povo,

Parentes e amigos.

 

Então, neste planeta

Intitulado Terra,

Havia uma Família

Lá num pé de serra,

 

Daí os progenitores

Ficaram velhos sim,

E depois morreram,

E tintim por tintim

 

Tudo ficou sim à-toa.

Ninguém dava valor

As suas prioridades,

Pois não tinham flor,

 

Não tinham não, brilho

E nem encanto não,

Pois o mato cresceu,

A terra sem exultação

 

Não produzia nada.

E surgiu um herdeiro

Muito louco na terra,

E investiu dinheiro

 

E muita mão-de-obra,

Pra ver a terra trazer

Um alto valor sim,

E ainda dar o prazer

 

De exibir bons frutos.

Ora, um ali passava

Meneando a cabeça

E falando: “Não notava

 

Que esse cara era

Assim tão louco!”

Outros zombavam

Com sorriso no rosto

 

Balançando a cabeça

E falando: “Esse cara

É muito doido sim,

Não presta essa área

 

Para produzir nada!”

Mas o cara com fé

Esperança em Deus

E em Jesus de Nazaré,

 

Não dava bola não,

Para ninguém que ria

Do seu labor na terra

Aonde noite e dia

 

Sob sol e chuvas sim,

Fazia seus afazeres.

Daí a coisa foi ficando

Boa, ouvindo dizeres

 

Opostos ou adversos ,

Pois nessas alturas,

O ambiente já estava

Dando com fartura

 

Água, luz e frutos sim,

A ponto desse espaço

Atrair gente, animais

E também pássaros.

 

Ora, a terra conseguiu

Alcançar um alto valor,

A ponto de ser mirada

Por qualquer agricultor.

 

Daí começaram a falar:

“É muito bom o recinto,

 Vale muito dinheiro,

 Ele deu sorte, eu sinto

 

Que outros herdeiros

Vão querer impugnar.”

Ora, com o tempo

Passado, veio aprovar

 

A profecia de quem

Tanto elogiou a terra.

Porque entraram sim

Em questão e na era

 

Em que guerreavam,

O velho morreu sim

De desgosto, a velha

Achando isso ruim,

 

Entrou em depressão

E sem comer, beber

E dormir, morreu

E os filhos sem poder

 

Fazer mais nada não,

Foram se embora

E tudo ficou à-toa

A justiça até agora

 

Nunca mandou não,

Jogar um copo d’água

Nas plantas que estão

Há dias necessitadas,

 

Os outros herdeiros

Nunca vieram ver

Como estava a roça,

Com amor e prazer,

 

Os animais, répteis,

Insetos, aves, vegetais

Tomaram de conta

E peixes sem ter mais

 

Quem desse a comida

Morreram de fome,

A casa foi saqueada

Por outros homens,

 

Tudo regressou sim

Ao estado pior

Do que era antes.

O cuidador melhor

 

Morreu de desgosto,

A criadora do jardim

Morreu de depressão

E auxiliares foram sim

 

Se embora e tudo só

Entrou no abandono,

Porque onde há flor

E morrem os donos

 

A flor também seca

E virará pó como eu,

D. Marisa, os filhos,

Noras e netos meus.

 

Ora, nenhuma terra

Tem esse alto valor,

E quem dar o valor é

Quem cuida com amor.

 

Daí vem a indagação:

Esse cara muito louco,

Não era também filho

Dos velhos? De gosto,

 

Não poderia zelar sim

A parte que lhe coube?

Se já foi combinado

Com todos, ele pôde

 

Fazer da sua herança

O que mais ama fazer,

Construir jardim

Para ver com prazer

 

As borboletas voando

Sobre as lindas flores.

Então, como a Justiça

É mista de senhores

 

Que têm força e poder

Deveriam jogar água

Nas plantas e mais,

Fazer uma roçada

 

No mato e cuidar sim

Bem da casa. Porque

Ficando abandonada,

Vai ficar sem prazer

 

Pois nem o dono vai

Morar mais nela

E nem os herdeiros

Se preocupam com ela.

 

Daí tudo se torna pior

Do que quando era

Antes de ser cuidada

Com amor nesta Terra.

 

E qual objetivo do ser

Humano na Terra,

Sobretudo no Distrito,

Meu bom pé de serra?

 

Obviamente é nascer,

Crescer, trabalhar,

Envelhecer, dar trabalho

E depois ao pó voltar.

 

E toda a injustiça feita

No planeta Terra,

Sobretudo no Distrito,

Meu bom pé de serra,

 

Virá à tona sem dó.

Então, o que a gente

Construir aqui, ficará

Aqui, infelizmente.   

 

Mário Querino – Poeta de Deus

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