segunda-feira, 24 de junho de 2024

NÃO HÁ PALAVRA À-TOA, E SIM, USADA EM LUGAR ERRADO

 


 


Ora, há muito anos,

Eu escrevi um texto

Poético que relata

Fato que já mereço

 

Fruir atualmente.

Porque era ainda

Um jovem boêmio

E tinha visão linda

 

De um futuro bom,

A ponto de eu falar

Para uma menina

Que tentou gostar

 

Da minha pessoa

Aqui no Orbe Terra,

Sobretudo neste

Meu pé de serra

 

Titulado Bananeiras,

Onde a minha vida

Era complexa sim,

Antes de D. Marisa,

 

Porém, eu já tinha

Falado tudo isso

No ouvido da moça

Neste meu Distrito:

 

Quando nos chegar

A idade neste canto,

Vir-me-ão as rugas

E teus cabelos bancos.

 

Daí o tempo passava

E eu sempre dizia

Algo pras jovens que

Amar-me queriam.

 

Porém, parece que

Elas não acreditavam

No futuro que eu

Pra elas comentava.

 

Mas certo dia, tive

A sorte de conhecer

A adolescente que

Ama-me pra valer,

 

Não falei vantagem,

Nem prometi vida

Boa nem ostentação

Pra menina Marisa,

 

Contudo, ela me viu,

Vê-me e quer seguir

Os passos enquanto

Eu permanecer aqui.

 

Eu também já falei

Pra jovem à vontade:

Eu só serei feliz após

Os 35 anos de idade,

 

Mas não sei se será

Com vida na Terra,

Ou em lugar melhor

Que este pé de serra.

 

Mas eu com 21 anos,

A jovem só com 19

Anos, ela não creu

No que Deus pode

 

Fazer, quando quer

Abençoar um louco

Estático na Terra,

Onde vemos pouco

 

Recurso para o cara

Mudar sim, da água

Pro vinho. Por isso

As minhas palavras

 

Que entravam sim,

Nos ouvidos dessa

Menina não tinha

Uma visão concreta.

 

Por isso se tornaram

Abstratas e não reais,

A ponto de ela ficar

Nos ditames dos pais.

 

Isso não aconteceu

Com a adolescente

Marisa, que quando

Viu-me, já contente

 

Quis me dar amor,

Carinho, e ternura.

É claro, ela sofreu,

Mas foi a criatura

 

Que Deus deu visão

Para ver a minha

Pessoa como tudo

Na sua vida. Tinha

 

Apenas 15 anos sim,

Idade que Maria

Tinha quando amou

José, e com alegria

 

Recebeu o Espírito

De Deus para ficar

Grávida e ter o Filho

Que Deus quis dar

 

Para salvar o povo

Que vive no pecado.

Mesmo assim, não

É não, aceitado.

 

Ora, não prometi

Um paraíso não,

Mas disse que eu

Era um pobretão,

 

Por isso a Marisa

Apaixonou-se sim,

Pois o jovem que

Tintim por tintim

 

Oferece até o Céu,

Pra moça ao lado

Ficar, não é bom,

Isso é complicado.

 

Como tudo passou

E o nosso tempo

Já chegou, tenho

O contentamento

 

De viver no paraíso

Que construo feliz

Ao lado da Varoa

Que nunca quis

 

Exigir nada não.

Porque ela é quem

Sabe de mim aqui,

E mais ninguém.

 

Porque quando nós

Unimo-nos na Terra,

Mormente neste

Amado pé de serra,

 

Deixamos de ser

Dois, para sermos

Um. Por isso nós

Temos um só desejo:

 

Amar para sempre.

As rugas no rosto

E os cabelos brancos,

Mas indo com gosto,

 

Pela trilha de Deus,

Onde me leva a vida

Ao lado desta Varoa

Intitulada D. Marisa.

 

Mário Querino – Poeta de Deus       

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