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| Poeta Mário Querino 08/10/2019 |
Aonde eu trabalho
Oferece a boa visão,
Daí me aprofundo
Vendo com atenção.
E ao fixar meu olhar,
Vejo que a trilha é
Realmente longa,
Só Jesus de Nazaré,
Que já está no Céu,
Tem essa paciência
De ver o pé de serra
Onde a gente pensa
Em fazer algo assim,
Muitas vezes contra
A vontade de Deus.
Ora, a gente apronta,
Mas quer tudo aqui
Para viver melhor,
Já é do ser humano,
Ter tudo ao redor.
É claro, quem luta
Ainda consegue ter,
Mas no futuro pode
Sim também perder,
Por se achar seguro
E se dar sem refletir
Que a vida na Terra
Pode descer e subir,
Pois ela é de altos
E baixos, e a pessoa
Se achando segura,
Começa ficar à-toa
Gastando tudo sim,
Em coisas que não
Gastava quando era
Jovem neste chão.
Claro, quando dá fé
Que está no fundo
Do poço, quer sair
E ser feliz no mundo.
Pois amigos e amigas
Já deram de fora,
A família já procura
Lhe mandar embora,
Sua entidade já não
Quer mais no setor,
Porque só chega sim,
Sem nenhum vigor,
A sociedade rejeita
Por perder a Moral,
A Ética e preceitos.
Daí então, vive mal
Perambulando sim
Por trilhas isoladas,
Famélico, descalço
E sujo numa calçada,
Como se não fosse
Mais gente na Terra.
Isso acontece sim
No meu pé de serra,
Por falta de reflexão,
E achar que tudo
Podia fazer na vida.
Sempre faço estudo
Para ver a realidade
E o sentido da vida
Que tenho na Terra,
Com a varoa querida,
Filhos, noras e neto.
A minha mãe já dizia:
“Quando a formiga
Quer se perder...” Dia
Após dia eu paro sim
Pra refletir tudo isso,
E achar a estratégia
Aqui no meu Distrito
Pra não cair na cilada
De quem quer ver
O meu fim na Terra.
O Diabo tem poder
De se transformar
Em anjo de luz,
Para enganar gente
Que descarta Jesus,
Por ser justo e fiel,
Pra se iludir em algo
Que leva até ao alto
E logo é sim jogado
De cabeça pra baixo.
Ora, a vida depende
De um bom refletir,
Este povo entende,
E finge que não ver.
Então, a promessa
De outras pessoas
Não me interessa,
Porque não vai não,
Adiantar eu ouvir,
Se eu não parar
Para nisso refletir,
Se eu nunca mudar
Meu procedimento,
Nada vai florescer
Dentro dum Templo.
Então é melhor eu
Contemplar ditoso
O meu horizonte,
E aceitar este povo
Como quer ser sim.
Eu só sofro a dor
Que surge no corpo
Que me deu o Senhor,
Ao fazer um boneco
De argila boa assim
Que é difícil rachar
Quando vem a mim
O fogo para purificar
E me deixar forte.
Por isso não rezingo
Não, da minha sorte.
“É necessário que façamos
As obras daquele que me
enviou,
Enquanto é dia; a noite
vem,
Quando ninguém pode
trabalhar.” Vou
Fazendo a minha parte
Enquanto der para fazer,
Porque o tempo passa
De repente e ninguém
ver.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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