Ora, a vida é repleta
De ilusão, tudo
Pode iludir a gente.
Hoje, fiz um estudo
Na minha própria
Vida nesta Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra.
Ora, percebi que eu
Vivia aqui iludido
Sem notar que tudo
Isso será esquecido
Quando eu for virar
Pó no Cemitério da Paz
Onde estão parentes,
Amigos e meus pais.
Então, agora, inquiro:
Por que perdi tempo
Na minha mocidade,
Época de pensamento
Votado sim, no bem?
Era em que as forças
Estão cada dia mais
Fortes? Mas são loucas
As nossas atitudes.
Daí então, o tempo
Passa e as forças
Vão, o pensamento
Muda, porém, pode
Ser tarde demais
Para conseguir sim,
Algo que satisfaz
Todo dia o coração,
A alma e o espírito.
Por isso digo: Perdi
Tempo no Distrito
Titulado Bananeiras,
Quando conheci sim,
A adolescente Maria
José que de mim
Gostou e dei tempo
Pra me casar com ela,
Pois hoje, confesso:
Se tivesse perto dela,
Eu não teria sofrido
Tanto neste Mundo
De Deus, onde vivi
À-toa feito moribundo.
Agora, somente agora,
Venho notar que fui
Um cara muito duro,
Porém, a vida já frui
Do melhor ao lado
De Maria José,
Que é sim, titulada
D. Marisa. E com fé
Hoje eu já confesso
Que vivi a mocidade
Iludido em algo que
Trouxe infelicidade.
Por isso o Mundo é
Repleto de ilusão,
A ponto de deixar
Estático o coração
Por algo que vai
Ser logo esquecido.
Quem se lembra
Da dor dum iludido?
Obviamente, poucos.
Então, agora, eu vou
Procurar essa ilusão
Pra ser um sofredor?
Minha mãe, D. Dedé,
Dizia: “Quem apanha
Duas vezes no mesmo
Beco é besta.” Tamanha
Sabedoria deste dito
Que aprendi, porém,
Por viver iludido,
Eu apanhei também.
Agora, eu não estou
Nem aí com isso
Ou aquilo que vejo
Neste meu Distrito.
Por que não vou não,
Mudar nada na vida
De outro, se pudesse
Mudaria a D. Marisa
E eu também aqui.
Quem não quer grana?
Quem não quer status?
Quem não quer fama?
Todo ser humano já
Pensa nisso sim,
E poucos conseguem
Tintim por tintim
Realizar esse sonho.
Então, vou me iludir,
Se eu não tenho
A expectativa aqui?
Por isso perdi tempo
Correndo feito louco,
À procura de algo
Que me tirou o gosto
De me casar logo
Com a D. Marisa.
Agora, o tempo se foi
E as nossas vidas
Ficaram velhas sim,
Sem termos fruídos
Como deveríamos,
Só ficamos iludidos
Nesse tal de namoro,
Indo e voltando,
E perdendo tempo
No cantinho baiano.
Quando surgiu sim,
Nosso Casamento,
Eu já tinha sofrido
Feito um jumento
Sim, de carga pesada.
Mas graças a Deus,
Que em poucos
Anos o coração meu
Já se considera feliz
E bem com a vida
Que me leva na Terra
Ao lado de D. Marisa,
Mulher que desde
A sua adolescência
Pensa na minha vida
E me dá experiência
Após tantas ilusões.
Mas tudo bem,
Perfilho que, aqui
Há tempo também
Pra tudo nesta vida.
Hoje já estou velho,
E viver aqui iludido
Jamais eu quero.
Por que essa ilusão,
Não vai trazer vida
Melhor do que esta
Ao lado de D. Marisa.
Ora, algo me iludiu,
A ponto de eu ficar
Muito louco na Terra,
E só D. Marisa amar
Esse cara doidão
Inspirado por Deus,
Sem nenhuma dúvida,
Esse cara sou eu.
Mário Querino – Poeta de Deus
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