Ora, alguém perguntou:
“Cara, você não para,
Você não se cansa
Não? Você sempre rala,
Cara, por que trabalha
Tanto assim, ó cara?”
Eu sei que o povo tem
Direito de viver e fala
O que quiser no Orbe
Intitulado Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Titulado Pindobaçu
Onde fica Bananeiras,
Lugar onde eu nasci
E vivo a vida inteira
Para trabalhar sim.
Aprendo com Deus,
A trabalhar na Terra,
Sobretudo no meu
Apreciado Município
Titulado Pindobaçu,
Onde sempre quero
Ser exemplo para tu.
Pois quando a cobra
Iludiu a Eva e Eva foi
Iludir Adão, o Senhor
Deus decidiu depois
Mandar esse Homem
Trabalhar, para não
Permanecer fazendo
Besteiras. Então, Adão
Careceu trabalhar sim,
Para ganhar o seu pão
De cada dia. A gente
Rala, e tem o coração
Votado em que não
Presta, imagina ficar
A vida toda aqui sem
Fazer nada! Trabalhar
Faz parte desta vida,
Quem não quer ralar,
Também não coma.
Se devo me alimentar,
Careço então do labor,
E devo ralar é agora,
Enquanto eu posso,
Pois vai chegar à hora
Em que eu precisarei
Comer, beber, vestir,
Tomar remédio e ter
Sim, algo mais aqui
Até o término da vida
No Planeta Terra,
Principalmente aqui
No bom pé de serra
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E trabalho com amor
Pra melhor viver aqui
No tempo da velhice,
Pois se eu não ajuntar
Enquanto sou novo,
Acha que vou achar
Quando ficar velho?
Ora, eu acho que eu
Perdi muito tempo
Neste lugarejo meu,
Querendo me nutrir
Sem nenhuma lida
Para ganhar dinheiro
E na Terra ter a vida
Que o meu coração
Hoje em dia, já almeja
Ao lado de D. Marisa
Na terrinha sertaneja,
Pois se eu trabalhasse
Como fico trabalhando
Só após tanto tempo
No cantinho baiano,
Que eu fiquei iludido,
Achando que Deus
Me daria tudo na boa,
Sem ralar, ora, o meu
Viver seria outro. Hoje,
É completamente fora
Da ideia que eu tinha
No tempo de outrora.
Antes eu queria ter
Sim, tudo na vida,
Mas não queria lidar,
Só queria ler a Bíblia
Sem nenhum sentido.
Pois o próprio Deus
Determinou a mim:
“Ó grande amigo meu,
Se você não quiser
Trabalhar, também
Não coma.” Ora, eu
Só entendi bem
Este ensinamento
Pra melhorar a vida,
Depois que me casei
Com a jovem Marisa.
Por que, ó Querino?
Ora, porque quem faz
Da Palavra de Deus
Fonte de renda traz
Uma ideologia de má
Fé, pois a Bíblia não
É um livro comercial,
Podemos ter na mão,
Mas não para vender
A Palavra de Deus,
Devemos comprá-lo
E crer nos ditos seus,
Porém, não explorar
Os menos favorecidos.
Pois na minha intuição,
Devemos dar o Livro
Para os nossos irmãos,
Caso, podendo dar.
Agora, iludi-los visando
O dinheiro pra enricar,
Deus chamará esse
De mercenário, aceite
Se quiser aceitar, mas
Para você ter o leite
É preciso você ralar
Para conseguir pasto
E comprar as vacas,
Porque isso eu acho
Que seja algo correto.
Tirar a lã das ovelhas
Sem dar um alimento,
Deus acha coisa feia,
E chamo de parasita,
Pois a própria Palavra
Determina a gente
Ralar e manter a casa.
Por isso a Bíblia já diz:
“Se alguém não quer
Trabalhar também
Não coma.” Só de fé
E amor, ninguém vive,
Se alguém já está sim,
Vivendo, é porque já
Tirou de tu e de mim.
Afinal de contas, a fé
E o amor determinam
A gente trabalhar,
Porque é ação divina.
Se o próprio Deus já
Fala mal da preguiça,
Ele aceitará na Terra
Tamanha injustiça?
Então, eu trabalho
Porque quero ter sim
As minhas coisas
Pra me ajudar no fim,
Quando eu não puder
Fazer mais nada.
O avô de D. Marisa
Sempre assim falava:
Arranjar com dentes,
Pra comer com a gengiva.”
Por isso eu trabalho
Ao lado de D. Marisa
Com fé, amor, alegria,
Paz, contentamento
E, sobretudo gratidão
Durante nosso tempo
Que vivemos no Orbe
Intitulado Terra,
Mormente em nosso
Amado pé de serra
Intitulado Pindobaçu
Onde fica Bananeiras,
Lugar onde vivemos
Com fé a vida inteira
Na Chácara Santa Maria.
Por isso eu trabalho
O meu tempo inteiro
Pra eu ter bom atalho
E não ficar fazendo
Tantas besteiras
Aqui no meu Distrito
Titulado Bananeiras.
Mário Querino – Poeta de
Deus

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