Ora, eu estou achando
Que as coisas já vão
Sim, fora da realidade
Que almeja o coração.
Por isso esse encéfalo
Que existe na cabeça
Já está discernindo,
Por incrível que pareça.
Ora, antes eu achava
Que tudo era certo,
E nada era contra
A vida, e os espertos
Conquistavam coisas
Com mais facilidade,
Enquanto os demais
Viviam na dificuldade.
Então, hoje, eu parei
Um pouco pra refletir,
E refleti sim, tanto,
Aponto de descobrir
Que as coisas já vão,
De fato, fora do limite.
Quem quiser intuir
Sim isso, pare e fique
Observando melhor,
Obviamente, achará
Que as coisas estão,
De fato, fora do lugar.
É óbvio, já tem coisas
Que parecem ser reais,
Mas para as pessoas
Que se acham normais,
Porém, para mim não
Passam duma utopia.
Por isso minha mente
Já discerne todo dia
A verdadeira da falsa.
Já sabe sim, separar
A realidade da ilusão
Que intuo neste lugar.
Francamente, eu não
Tenho mais prazer
Em certas coisas que
Eu sou forçado fazer.
Ora, eu só faço para
Nutrir compromisso,
Pois se eu quero viver,
Ainda devo fazer isso.
Mas sempre cônscio
De que um dia eu vou
Responder por tudo
Que eu fiz ao Senhor.
Certamente o Senhor
Já está bem ciente
Que tudo já faz parte
Desta vida da gente
Aqui no vasto Planeta
Intitulado Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras,
Lugar onde eu nasci,
Cresci e vivo ao lado
Da Varoa que conheci
Na minha mocidade,
E até aqui, D. Marisa
É a Mulher que cuida
Bem da minha vida.
Ainda assim, já acho
Que o meu viver
Está realmente fora
Do gosto ou prazer
Que as pessoas têm
Entre essa Sociedade
Moderna, evoluída
E já fora da realidade.
Por que, ó Querino?
Porque apresenta
O que não é verdade,
E sim, só aparência.
Como sou um louco,
Percebo muito bem,
Muita gente exibindo
Aquilo que não tem.
E acredita que, ainda
Tem gente que crê
Nessas fábulas? Ora,
Acha que, com prazer
Eu vou engolir isso?
Esse é sim o motivo
De eu viver na Terra
Na boa, e desiludido.
Pois já estou cônscio
Que as coisas já vão
Sim, fora da realidade
Deste terno coração.
Mário Querino – Poeta de Deus
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