Ora, eu já pensando
Na índole humana,
Intuí na boa, coisas
Na terrinha baiana
Que hoje devo falar
Para todo mundo
Que tem boa visão
E desejo profundo,
Mas sem o querer:
Sei, quando a gente
Tem coragem, força,
Vigor e traz sempre
Na vida esse almejo
De fazer uma coisa,
Mas não quer fazer,
A pessoa fica doida,
Porém, não faz não,
Ainda tendo poder
Pra fazer o melhor,
Não consegue fazer,
Só porque não quer.
Mas quando a gente
Quer, a gente luta,
Luta, luta, e sempre
Busca fazer na boa,
Mas, como não tem
Coragem, vontade,
Nem poder também,
Fica aqui frustrado.
Pois quem pode não
Faz, e quem não pode
Carrega essa ilusão.
Então, o querer já é
Poder, mas não faz
Sem ter esse querer,
A gente corre atrás,
Corre, corre, corre...
Porém, se não tiver
O poder e o querer,
Não terá ação e fé
Para tudo dar certo.
Então o querer vai
Depender do poder,
E o poder não se sai
Bem, sem o querer.
Pois eu preciso sim,
De algo, e já apelei
Tintim por tintim,
Mas cada dia, vejo
Minha expectativa
Já se perdendo sim,
No tempo da vida
Que somente resta
Um pouco de tempo.
Por isso eu quero,
Mas até o momento,
O poder me diz sim:
“O Querer é poder,
Mas poder não é não,
Nenhum querer.”
Ora, a gente precisa
Querer para fazer,
Mas pra fazer, deve
Ter também poder.
Por isso é implexa
Nossas vidas aqui
No Planeta Terra
Onde nasci, cresci
E hoje já intuo bem,
Que querer não é
Poder, nem poder
É querer. Então até
Hoje, eu quero sim,
E como não posso
Fazer algo de bom,
Preso meu negócio
Segue no encéfalo,
Entristecendo sim
Meu terno coração
Tintim por tintim.
Então, pra mim, só
Fazemos quando
Há poder e querer,
No cantinho baiano
Onde o melhor eu
Quero e não posso,
E o pior não quero,
Mas é bom negócio.
Por que, ó Querino?
Porque o que não
Presta é de graça,
Por ser uma ilusão.
Mas as coisas boas
É difícil, e ninguém
Abre mão à-toa
Não, pra ninguém.
Por isso o querer
É poder, mas para
Quem pode, quem
Não pode, na cara
Está, todo mundo
Vê que morre sim,
De desejo, e ouve
Tintim por tintim:
“Vontade e saliva
Todo mundo tem.”
Por isso eu penso
Bem nisso também.
Pois quanto mais
A gente busca e quer
Fazer o bem é sim
Travado, e sem fé
Não alcança nada.
Por que, ó Querino?
Porque fica árdua
No canto nordestino
A luta contra sim,
A inveja e o ciúme.
Por isso devemos
Largar os costumes
E viver a nova vida
Onde temos direito
De sermos livres
Tintim por tintim.
Por isso eu penso
Na índole humana,
Que procura na boa
Viver sim na fama,
Mas o querer não é
Poder, nem o poder
Alcança nada não,
Se não tiver querer.
Mário Querino – Poeta de
Deus

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