sábado, 17 de maio de 2025

QUANDO A GENTE CORRE ATRÁS DE ALGO E NINGUÉM APOIA, A TENDÊNCIA É FICAR COMO FIQUEI

 

Mário Querino 17/05/2025


Ora, não sou de ficar

Mais entre multidão

De gente que busca

Alegrar o se coração.

 

Ora, quando eu era

Um cara ainda moço,

Procurava agitação

Com prazer e gosto,

 

Este gosto eu perdi.

Ora, procurei apoio,

E vivia pela cabeça

Alheia como piolho.

 

Por isso eu entrei

Nessa vil depressão,

Mesmo sem querer,

E não foi fácil não,

 

Pra eu sair do fundo

Desse terrível poço.

E além da fraqueza,

Eu ouvia dos outros

 

Zombaria e também

Via gesto de rejeito.

Por isso hoje em dia,

Prossigo deste jeito.

 

Ora, nesse tempo,

Aqui em Bananeiras

Só tinha eu e outro

Cara dessa maneira:

 

Louco e fora do meio

Social. Esse cara lia

Romance e recitava

Com muita alegria,

 

Ele também cantava

Com voz alta sim,

À meia-noite, e eu

Tintim por tintim

 

Ouvia bem sua voz

De lá de minha casa,

Quer dizer, de meus

Pais. Ora, ele cantava

 

Na calçada da Igreja

Que fica na praça

Sim do meu Distrito,

Aonde com a graça

 

Vivia sem a loucura.

Mas como ele vivia

Discriminado, eu

Pra uma prima dizia:

 

Eu queria ser louco,

Mas tenho medo

De não voltar não.

Ora, esse segredo

 

Já confesso agora:

Quando eu dei fé,

Já ia longe de casa

Seguindo sim a pé.

 

Durante a viagem

Eu ouvia o cantado

Desse amigo louco,

Que tinha deixado.

 

Ora, o cara morreu

E eu continuo vivo,

Já cônscio de tudo,

Porém, ainda sigo

 

Com essa loucura,

E sei que vou seguir

Com ela numa boa

Enquanto eu existir

 

Neste vasto Planeta

Intitulado Terra,

Sobretudo no meu

Amado pé de serra

 

Titulado Bananeiras

Onde nasci, cresci

E ainda bem moço,

Ganhei o que pedi.

 

Ora, não foi nada

Fácil para mim não.

Eu sofri a profunda

E cruel depressão,

 

A ponto de ser sim,

Caçoado e rejeitado

Do Sistema Social,

Sem ficar revoltado.

 

Hoje, eu não tenho

Mas nenhum gosto

Entre uma multidão,

Gosto de ficar solto

 

Como um pássaro

Que voa, voa, voa...

Com liberdade sim,

Isso aqui é coisa boa.

 

Ora, não tive apoio

Quando eu era novo,

Agora, perdi o gosto

De ficar entre o povo.

 

A minha expectativa  

Apanhou muito sim,

Agora, não há gosto

Que agrade a mim.

 

Eu já me acostumei

Com essa boa vida,

Que eu já tenho sim

Ao lado de D. Marisa.

 

Então, não me traz

Nenhum sentido,

O desejo de querer  

Ser um reconhecido.

 

Meu tempo passou,

E eu perdi o tempo,

Agora, como eu sou,

Traz contentamento.

 

Mário Querino – Poeta de Deus

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