Ora, uma senhora fiel
Ao seu marido, pegou
Um apego demasiado
Com gente que chegou
De uma grande cidade.
No decorrer do tempo,
Tentou mudar na boa
Os bons pensamentos
Dessa senhora amiga.
A mulher era bonita
E tinha boa condição
Financeira, mas ilícita.
Daí tentou iludir sim
A senhora amiga dela,
Para deixar o marido
E outro ficar com ela.
Ora, então conversas
Vinham e iam sim,
Até que a mulher diz
Tintim por tintim
Para a senhora amiga:
“Ó amiga, fulano está
Apaixonado por você,
E pediu para eu falar
Que ele já está louco
Para ficar contigo.
Ora, ele é de coração
O meu grande amigo.”
A senhora contrapôs:
“Você não sabe que eu
Sou mulher casada,
E amo o marido meu?”
Daí a mulher objetou:
“Sim, eu sei, daí? Não
Acha melhor ter vida
Longe da mera ilusão?
O que ele pode te dar,
O teu marido jamais
Poderá dar a você,
Ele é sim bom demais.”
De novo contrapôs
A senhora: “Se assim
Fosse, você deixaria,
Pra ceder para mim?
E na minha intuição,
Ele é um covarde sim,
Quando meu marido
Quis, ele veio a mim,
Não mandou recado.
E se você quer saber,
Eu por ser mulher,
Eu não vou agora ser
Como foi a Varoa Eva,
Que uma serpente
Iludiu-lhe numa boa,
Eu amo para sempre,
E nada neste mundo
Vai me iludir não,
Para eu deixar o meu
Querido, meu Varão.
Se ele fosse bom pra
Uma companheira,
Ele me respeitaria,
Pois pra vida inteira
Já tenho um Homem
Desde a mocidade,
E já é suficiente para
Tê-lo até a eternidade.
Comprometi-me amar
Perante Juiz, Sacerdote,
Testemunhas e o povo
Que desejou boa sorte.
Então, se esse cara é
Assim tão bom, fica
Com ele, ó amiga,
Porque você é bonita,
É muito inteligente,
E tem uma filha nova,
Se você não quer ser
Esposa, seja a sogra.
Porque eu estou sim,
Muito contente aqui
Com o Homem que
Eu já amo e conheci
Na minha mocidade.
E se ele fosse assim,
Um Homem tão bom
Você não daria a mim.
Porque eu não dou
O meu marido não,
A ninguém, nem se
Me der um milhão.”
Ora, uma amizade
Exagerada é perigo,
Se a gente não for
Fiel, será iludido(a).
Mário Querino – Poeta de Deus
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