Poeta Mário Querino 30/07/2019 |
Num pequeno povoado
Havia uma bela menina
Pobre e lidava na roça
Com uma força divina
E fazia tudo por amor,
Era uma menina feliz,
Mesmo diante da lida
Nesse cantinho do país.
É claro, cresceu na lida
Pesada e dificultosa.
Mas Deus era com ela,
E lhe deixava ditosa.
Porém, quando ficou
Jovem, claro, conseguiu
Um emprego melhor
Num cantinho do Brasil.
Contudo, ganhava sim
1/3 do salário mínimo,
O qual lhe deixava feliz
No cantinho nordestino.
Depois ela arranjou sim,
Um bom casamento,
Ora, teve filhos, noras
E netos com talentos.
Daí, o seu bom marido,
Como amigo de Deus,
Fazia de tudo contente
Para então, manter seu
Lar mais bonito e feliz.
Como Deus contempla
O lar de quem tem fé,
Ele cada dia aumenta
Seus recursos para ver
A família muito bem.
Daí, deu outro emprego
Bem melhor, e também
Deu aumento de salário,
Que nem Professor
De nível superior tinha
No povoado do interior.
É óbvio, só de Carteira
Assinada, ralou mais
De 30 anos com prazer,
Regozijo e muita paz.
Porém, como tudo tem
Um tempo de parar,
Buscou a Aposentadoria
Para então descansar.
Ao ficar um bom tempo
Sem fazer o seu labor,
Começou a reclamar
E querendo no interior
Um emprego para ter
Mais dinheiro sim.
Agora, eu vou indagar,
E dê se quiser a mim
Sua precisa e boa razão.
O povo vive insatisfeito
Com a vida que tem
Na Terra, é de direito
Um aposentado querer
Voltar ao Comércio
Para ganhar dobrado,
Se antes ia ao Médico
Exigir sim um atestado
Para ficar em casa
E na rua distante
Do labor que obrigava
Ele trabalhar todo dia,
A ponto de protestar
Contra o Presidente,
Para logo se aposentar?
Ora, se não gostava
De trabalhar quando
Podia, agora, que quer
Num cantinho baiano?
Eu vejo como influência
De quem nunca fez...
E agora, quando não
Pode fazer quer, talvez,
Queira fazer por justiça,
Pois foi muito ilícito
Quando podia trabalhar
E hoje, já paga por isso.
Por exemplo: Um cara
Tem sim tudo de graça
Para ser um Doutor,
E fica nas ruas e praças
Sem fazer nada de bom.
Mas quando o tempo
Passa assim de repente
E seu contentamento
Se vai, começa a criticar:
“Doutor fulano de tal,
Não dá jeito por que
Não quer, ele trata mal,
Sem dar atenção sim
Para o meu filho.”
Porém, o Doutor está
Ali lutando no trilho
Para fazer o melhor,
Contudo o cara acha
Que o Doutor não quer
E deve fazer de graça.
Cara, se já quer fazer
Tudo agora, já fora
Do Comércio, é ilícito,
E já se foi a sua hora.
Seu tempo já passou,
Já pediu feliz a sua
Boa Aposentadoria,
Já foi até para as ruas
Brigar com o Governo,
Para diminuir o tempo
De trabalho. Por que
Tem o contentamento
De querer fazer tudo
Já fora de seu tempo?
Quer fazer algo mais?
Faça, se tiver talento,
E faça voluntário sim.
Quando podia fazer,
“Cozinhava galo”, dizia
Minha mãe. Mas dizer
Eu vou: É uma preguiça
Que todo mundo pensa:
“Esse cara está doente,
É contagiosa a doença.”
Agora, já depois de fora
Do Comércio quer voltar
Para fazer o que não fez.
Ora, contra mim ficará?
Pois quando era jovem,
Não quis fazer nada.
Hoje, já velho é que vai
Fazer? Vá pra sua casa...
Mário Querino – Poeta de Deus
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