Poeta Mário Querino 14/07/2019 |
Alguém perguntou:
“É lícito os detentos
Ainda trabalharem
Para o seu sustento?”
Respondi: É o certo,
Porque o Estado faz
A sua parte aqui,
Mas o preso é capaz
De trabalhar para ter
O seu sustento, senão,
Ele fica acomodado,
Sem causar produção.
E o intuito é acrescer
O número de detentos.
E como o Estado vai
Conseguir alimento
Pra essa gente parada,
Sem nada produzir?
Está claro, não é lícito
Eu ficar ralando aqui
Ganhando o mínimo,
Comendo feijão puro,
Bebendo água impura,
Vivendo tão inseguro,
Sujeito as bactérias,
Que são muitas aqui,
Sem poder me cuidar,
Sem poder nem sair
Por cumprir horário
No setor de trabalho,
Andando a pé sujeito
Chuva e sol no atalho,
E tudo mais no viver,
E os detentos tendo
Comida e bebida
E nada aqui fazendo.
Eu vejo detento que,
Tem o direito de ser
Até entrevistado sim,
Por repórter de TV,
Para expor a sua ideia,
Como o país deveria
Ser, ou melhor andar
Com mais sabedoria,
Bem mais inteligência,
Quer dizer, do jeito
Que gostaria de ver,
É ter muito respeito
Depois de praticar
Tantas injustiças.
Enquanto os justos
Só comem linguiça,
Ovo, muitos, feijão
Puro, bebem água
Sem o tratamento,
O seu filho em casa
Pede uma moeda
Para comprar doce,
E o pai diz assim:
“O papai não trouxe,
Mas amanhã o papai
Vai trazer, tá!” Isso
É só para o filho não
Chorar. Não é lícito
Detento comer não,
Sem trabalhar aqui
No planeta Terra.
Eu também com fé li
A Palavra do Senhor,
Onde o Apóstolo Paulo,
Que também foi preso,
Deixou muito claro:
“Se alguém não quer
Trabalhar, também
Não coma.” Então é
Lícito o labor de quem
É detido, sobretudo
Por causa de injustiça.
Ninguém é obrigado
Sustentar quem fica
Anos e mais anos
Numa prisão na Terra,
Sobretudo político,
Penso no pé de serra.
Mário Querino – Poeta de Deus
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