Desculpa-me a falta
De inteligência, mas
Eu preciso saber sim,
Do que ficou pra trás.
Existe coisa que dá
Para eu entender,
Mas ainda há coisa
Que não dá pra crer
Nem vou ficar não,
Só ofuscado nisso.
Pois tudo já existe,
E tudo teve início.
E por que eu vou
Ficar preocupado,
Se quando eu vim
Pra Terra, já criado
Tudo isso estava?
Eu convivi, convivo
E conviverei na boa
Ou na pior. Eu digo
Aos meus parentes,
Amigos, amigas
E aos compatrícios
Que a minha vida
Sempre será sem
Resmungo na Terra,
Principalmente
No meu pé de serra
Titulado Pindobaçu
Onde fica o Distrito
De Bananeiras, lugar
Onde sempre fico
Com esta Mulher
Titulada D. Marisa,
Varoa que cuida
Bem da minha vida,
Quer dizer, até aqui,
Contudo, eu almejo
Que seja até o fim
No canto sertanejo
Onde nasci, cresci
Para ser um ditoso,
Ou até um sofredor
Perante este povo.
Por que, ó Querino?
Ora, porque quando
Olho de lado, eu vejo
No cantinho baiano
Pessoas sofrendo
Muito mais que eu,
E estão agindo sim,
Felizes com o Deus
Que criou os céus,
A Terra e tudo que
Neles há. Então,
Por que vou fazer
Rezingo, se a vida
Deixa-me cônscio
Que eu nasci aqui,
E já nasci pronto
Para encarar sim,
As dificuldades,
Com paciência, paz,
Fé, amor, alacridade,
Coragem e ainda,
Muita gratidão,
Para com parentes
Sim, e concidadãos?
Então, devo intuir
Que eu só sofro sim,
O tanto que posso
Suportar até o fim
Neste vasto Planeta
Intitulado Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Onde não pedi não,
Para eu nascer,
E nem devo pedir
Não, para morrer.
Por que, ó Querino?
Por eu está sendo
É velho, não besta.
Tu estás querendo
Morrer? É escolha
Tua, mas tu deixes
Eu ditoso aqui viver,
E não se queixes
Se a minha vida foi,
É o será pra ti ruim.
Pois sou eu quem
Deve amar a mim.
Por isso o passado
Faz-me ser melhor,
É óbvio, para mim
Ele já foi sim, pior
Do que o presente,
E do que o porvir,
Ainda eu não sei
Não, pois não vivi.
Mas estou pronto
Pra eu encarar sim,
Os alvitres na boa
E ser feliz até o fim,
Entendendo tudo
Que eu já passei,
Encarando o tempo
Que agora cheguei
Pela graça de Deus.
Então, sofrimento
Não me faz perder
Bons pensamentos.
Porque sou louco,
Mas não sou besta
Para pôr minhocas
Na minha cabeça.
Se eu já tenho sim,
A convicção que eu
Sou carne, e carne
Apodrece, só Deus
Para mudar a ideia
E eu achar que sou
Um santinho aqui,
Sendo um pecador.
Então, já tem coisa
Que eu entendo,
Mas há muitas que,
Somente vivendo
Poderei entender.
Mas enquanto isso,
Eu vou sim vivendo,
Feliz neste Distrito
Ao lado da Mulher
Que é tudo na vida
Deste apaixonado,
A Mulher é D. Marisa.
Mário Querino – Poeta de
Deus

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