Ora, encarando sim,
Um sol tão ardente,
Parei e olhei na boa
Para o Céu da gente,
E sem dúvida, falei:
Deus, para que eu
Trabalhar aqui feito
Louco, se os meus
63 anos de vivência
Vieram? Na cabeça
Veio à resposta sim:
“Ora, se no Planeta
O idoso não existir,
Essa mocidade
Não vai dar conta
Da progressividade.
Daí isso pode deixar
Nosso bom Planeta
Desorganizado sim,
Porque na cabeça
Da mocidade, a vida
Deve ter a regalia
E sim, a ostentação.
Se nós temos alegria
É porque ainda tem
Os idosos na Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Titulado Pindobaçu,
Onde meu Distrito
De Bananeiras fica,
E sou grato por isso.
Ora, idoso trabalha,
Não por precisar,
Porém, porque ele
Não quer ver parar
As obras feitas com
Suor e até sangue
Derramado na lida
Para ter a grande
Bênção prometida
Por Deus, o Senhor.
Por isso um idoso
Ainda faz com amor,
Pois ver tudo se ir
De água abaixo, isso
É uma frustração
Para quem é rico.
Pois deixar a Terra
Em mãos de gente
Que não está nem
Aí, é descontente.
Por que, ó Querino?
Porque construir
Algo até aos 63 anos
E ver se acabar aqui
Por falta de cuidado,
É provar que a vida
Minha não há valor
Com a D. Marisa,
Que desde criança
Trabalha na Terra,
Sobretudo neste
Amado pé de serra
Onde ela nasceu,
E veio pro Distrito
De Bananeiras,
Lugar sim, propício
Para encontrar sim,
O seu amor da vida.
Por isso eu trabalho
Em prol de D. Marisa.
Porém, me inquiro:
Aonde vou chegar,
Se já estou cansado,
A ponto de eu parar
E falar: Deus, quero
Força e coragem,
Vivo sem mais vigor,
E qual é a vantagem
Depois dos meus 63
Anos sobre a Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras,
Lugar onde eu nasci,
Cresci, estou velho
E ainda eu ralo aqui?
Deus, não é fadiga?
Acho que seja ilusão,
Porque não tenho
Mais encanto não,
Não posso mais sair,
Tudo se modernizou,
Não acompanho não,
Isso. Ora, o que vou
Fazer? Acho que só
Vou gastar a força
Que ainda me resta
Nesta vida louca,
Depois dos 63 anos,
Isso não é normal.
Então, devo parar,
Mas esse pessoal
Moderno vai seguir
Cuidando de tudo
Que eu já construí
Com amor, estudo
E muita fé em Deus?
Se eu parar alguém
Vai fazer o que eu
Faço aqui também?
Contudo, eu volto
E digo isso: Se parar
Ficarei enferrujado
Neste meu lugar.
Daí tudo se tornará
Pior pra minha vida
Que me traz ditoso
Ao lado de D. Marisa.
Todavia, eu inquiro:
Trabalhar pra que,
Já com os 63 anos,
E perto de morrer?
Não seria melhor
Deixar meu espaço
Para um jovem?
Ora, lícito eu acho.
Mário Querino – Poeta de Deus

Nenhum comentário:
Postar um comentário