Ora, um dia eu falei:
Deus me faça esquecer
Todo o meu passado,
Para melhor eu viver.
Daí eu fui aos poucos
Ficando esquecido,
A ponto de eu ficar
Já sem notar amigos,
Amigas e parentes.
Pois ficou esquecida
A minha mente aqui,
Com isso minha vida
Ficou muito louca,
De forma estorvada
Que eu fazia algo
E após não notava.
Eu fechava a porta
E saía para a rua,
Quando chagava lá,
Trazia memória sua
E ficava pensando:
Eu fechei a porta?
A consciência dizia:
“Se há dúvida, volta
Para verificar tudo
Direito.” Daí voltava
Pra não ficar aberta
A porta de casa.
Comprava algo fiado,
Me olvidava de pagar,
E eu era cobrado sim.
Isso me fazia chorar
De decepção, por que
Eu antes não fazia isso,
Mas depois que eu
Quis aqui no Distrito,
Esquecer o passado,
Fiquei assim à-toa,
A ponto de eu ficar
Entre as pessoas
Um cara desonesto,
Sem lembrar o fiado
Que fazia na boa,
E logo era apagado
Da minha mente.
Eu estava sofrendo
Sem minha memória.
Senhor meu Deus,
Me dê a memória
De volta, estou triste,
Porque a história
Que tu contaste sim,
Pra mim não existe
Mais não, na mente,
Estou fora do limite,
Como eu falar sim,
Aos amigos, às amigas,
Sobretudo aos parentes
Se na minha vida
Não fica mais nada
Gravado na mente
E nem no coração?
Deus, um demente
Não quero ser não.
Ora, dê bem melhor
Pra mim a memória,
Pois viver assim é só
Sofrimento, Senhor.
E daqui uns dias,
Esquecerei D. Marisa
Na Chácara Santa Maria,
E viver sem passado
É viver sem memória
Ou com fingimento,
E quero a história
Da minha vida aqui
Desde quando nasci,
Cresci e até agora
Com a Varoa que vi
Sim na adolescência,
E se eu me esquecer
Da Mulher, D. Marisa,
Eu prefiro morrer.
Então, não quero
Mais ficar esquecido,
Dou a volta por cima
E farei um paraíso
Para eu e D. Marisa
Não sofrermos jamais,
Então, Senhor Deus,
Nos dê amor e paz,
E não, esquecimento
Do nosso passado,
Pois é ele quem nos
Faz sim apaixonados.
Mário Querino – Poeta de
Deus

Nenhum comentário:
Postar um comentário