Ora, um cara precisou
Ir até a cidade, para
Comprar materiais
De construção. O cara,
Era costumado ir sim,
Visitar bem lustroso,
Porém, quando ainda
Ele era um cara novo.
Daí nessa semana, ele
Foi à cidade só a fim
De comprar com fé,
E tintim por tintim
Fez um orçamento
E se interessou sim,
De fazer sua compra,
Mas ao chegar o fim
Do orçamento, o cara
Assim lhe perguntou:
“Você me envia hoje?”
O dono lhe objetou:
“Não. Somente quando
Tiver outras compras.”
Daí o cara lhe disse:
“Você agora já conta
Com outra venda sim,
Pra poder levar essa,
Quer dizer, que eu vim
Porque tenho pressa
Pra usar os materiais,
E vou ficar esperando
Outras pessoas? Mas
Esperar até quando?”
O comerciante disse:
“Eu não sei não! Hoje,
Já é quinta-feira, não
Dá pra afirmar.” Pôde
Desfazer o orçamento
O cara, porque não
Tinha comprado nada.
Como a condição
Externa do cara era
De aspecto humilde,
O dono murmurou:
“Desse estou livre!”
Daí o cara olhou sim,
Pra trás. O dono viu
E perguntou: “Você
Está bem?” Daí só riu
O cara, e saiu na boa.
Ora, o cara entrou
Em outra Loja e assim
Também perguntou:
“Tem esses materiais?”
O dono objetou: “Sim.”
Daí o cara perguntou:
“Que dia leva pra mim?”
O dono olhou pro cara
E objetou: “O carro já
Foi pra lá hoje, ainda
Não chegou, não dá
Pra dizer quando vai
Sua compra de hoje.”
O dono se levantou
E o cara sair dali pôde
Sem comentar nada.
Já perto de meio-dia,
O cara foi em outra
Loja, pois ele queria
Materiais para fazer
A sua boa obra sim.
Ao entrar numa Loja,
Tintim por tintim
Foi ditoso recebido
Pelo dono, que disse:
“Você já comprou
Aqui. Então fique
À vontade!” O cara
Não pensou 2 vezes,
Pra fazer o orçamento,
Deu a lista e logo fez.
Depois disse assim:
“Vou lhe dar tanto,
Para você mandar
Levar no meu canto.”
O dono da Loja disse:
“O caminhão já foi
Levar uma carga sim,
E pra você vai depois.”
Ora, o cara estava
Sim, todo pelitrapo
E de boné na cabeça,
Vinha dum espaço
Do trabalho árduo
Que assumia na vida
Para viver honesto
Entre amigos, amigas,
Parentes e patrícios.
Ora, pela gratidão,
Do dono da loja, ele
Com muita satisfação
Comprou os objetos
Pra fazer a sua obra,
Que almejava fazer.
Então, roupa nova
E boa aparência não
É dinheiro, é ilusão
Para quem não tem
Nenhuma informação
Do motivo de a gente
Com esse jeitão viver.
Por isso as duas lojas
Deixaram de vender.
Mário Querino – Poeta de
Deus

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