sábado, 17 de janeiro de 2015

TUDO PASSA, TUDO MUDA NUMA BOA

Levei uma boa parte da minha vida pensando que nunca iria me faltar a vontade de escrever poesia. Até fiquei com raiva de meu pai, quando eu queria comprar uma máquina de escrever e ele achava que não tinha retorno nenhum, pois tudo que eu escrevia era voluntário e uma máquina nessa época era muito cara para suas condições financeiras e falta de valorização cultural. Contudo, depois de muito eu insistir, meu pai comprou uma máquina de escrever para mim e eu aprendi a datilografar a ponto de receber um certificado de uma boa Escola.
Daí, eu escrevia dia e noite quando estava em casa, às vezes até madrugava, meus pais achando ruim eu ficar datilografando até 1 hora da madrugada, com o desejo de passar as palavras poéticas para o papel, que era muito importante para mim e para os amigos que gostam de poesias.
Então me casei e minha esposa achava que eu era besta, pois escrevia muito quando estava em casa sem outra ocupação, os vizinhos comentavam que eu passava a noite escrevendo e não sabiam qual seria o meu objetivo, pois fazia tudo isso voluntário. Depois meus filhos chegaram até a comentar no Colégio, que eu deixava de comprar pão para comprar papel sulfite para passar o tempo inteiro escrevendo sem ganhar nada, apenas por prazer de organizar as palavras poéticas.
Tudo bem, o tempo passou e eu ganhei um computador bem antigo do Prof. José Carlos sem impressora, mas muito agradável para um Poeta de Deus que se conforma com tudo que lhe serve no momento. Quando eu já estava entendendo os programas do computador, tirei um empréstimo no Banco do Brasil para comprar um computador completo, o qual deixou os vizinhos dormirem em paz sem o barulhos das teclas da máquina de escrever.
Todo este investimento para escrever poesia voluntariamente, sem pensar que depois de 34 anos de amizade com as palavras poéticas, eu perderia a vontade de continuar com essa arte tão encantadora.
Agora, com tanta facilidade e bons recursos pensei em ser Escritor de Cristo, contudo, vejo que as minhas palavras não correspondem com a ideologia do mundo moderno, pois me acho muito careta, cafona e às vezes quero ser realista demais num mundo onde reina um jeitinho para tudo e todos. Por esse e outros motivos penso em deixar de escrever e procurar outra arte que não me envolva com comentários alheios, pois muitas vezes me dá vontade de mostrar a realidade de forma transparente, de uma forma ou outra, sou obrigado engolir calado. Então acho melhor fazer outras atividades.


Mário Antônio Querino da Silva - Escritor de Cristo   

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