domingo, 20 de setembro de 2020

O QUE FAZER QUANDO UMA PESSOA TIRA UMA DA SUA CARA?

 


 

Mário Querino 20/09/2020

Alguém indagou assim:

“O que fazer quando

Uma pessoa tira uma

Da cara, ironizando

 

O seu procedimento

Que está muito ditoso

Seguindo os seus dias

De vida entre o povo?”

 

O que devo responder

Para não ferir o irmão?

Ora, é usar as palavras

Que mãe dizia no sertão:

 

Filho, não se preocupe

Com dizeres de alguém,

Deus é contigo, ó filho,

Você será feliz também,

 

Se assim você continuar

Com este procedimento

Que tem, tudo isso vai

Passar como um vento.

 

A minha mãe já dizia:

‘Não há coisa melhor

Do que um dia após

Outro.’ Se você ficar só,

 

Não se preocupe não,

Porque Deus é contigo

E quer lhe dar o melhor

Entre amigas e amigos.

 

Fique agora sabendo

Que, só quem carrega

Uma Cruz nesta Terra,

É quem se entrega

 

Ao Amor que já está

No Senhor Jesus Cristo.

Então, quebre pau

Nos ouvidos, pois isso

 

Se vai como um vento,

Mas o Amor permanece

Para sempre, e vale

A pena...” Mãe Gildete

 

Era uma mulher leiga,

E deu 13 filhos a meu

Pai Antônio Pereira,

Mais de 40 anos sofreu

 

Com um mal na perna,

Mas pacientemente

Cuidou bem de meu pai

E também da gente.

 

É claro, a Morte levou  

2 irmãozinhos meus,

Ainda recém-nascidos,

Porém o Senhor Deus,

 

Sempre lhe dava força,

Coragem e aumentava

Sua fé. Por isso Gildete

Sempre pra mim falava:

 

Meu filho, não há coisa   

Melhor do que um dia após

Outro. Isto eu já ouvia

De seus ternos avós.”  

 

Mas eu achava que tudo

Era adágio popular,

E muitas vezes eu não

Dava importância. Está

 

Tudo voltando pra mim,

Para lembrar dos ditos

De minha mãe Gildete

Que viveu neste Distrito

 

Os seus 77 anos de vida.

Com 20 anos se casou

Com Antônio Pereira

Com 24 anos. Eu estou

 

Redigindo só por ouvir

A história de meus pais,

Porém, se algo estiver

Diferente, voltarei atrás

 

E farei uma retificação

Para que tudo seja

Correto em Bananeiras,

Minha terra sertaneja.

 

O que eu achava pulcro

Na vida de mãe Gildete,

Era a paciência dela,

E ninguém se esquece.

 

Também ela tinha sim

Uma grande tolerância,

A ponto de alguém

Ver a nossa ignorância,

 

E por amor a nós logo

Ia avisar: “D. Dedé,

Seu filho fulano de tal

Está no Bar do Zezé.”

 

O que ela dizia? “Deixe,

Quando não quiser mais,

Certamente, ele voltará

À casa de seus pais.

 

Pois se eu for lá, só vou

Lhe agitar mais ainda.

Daí posso até morrer,

Pois o efeito da pinga

 

Afasta a consideração,

De mãe, pai e irmãos.

E se eu morrer por ele,

Ora, os outros ficarão

 

Sem os meus cuidados.

Deixe, já sabe o que faz,

Quando não aguentar

Voltará à casa dos pais.”

 

Eu achava que mãe não

Tinha amor por nós,

Porém, ela nos amava,

E Deus ouvia a sua voz

 

Paciente e tolerante.

Por isso ela morreu sim,

E não viu nem ouviu

Nenhum fazer algo ruim,

 

Se algum já faz, porque

O ser humano é sujeito

As mesmas paixões,

Só Deus pode dar jeito.

 

Então, eu fico na minha,

Esperando um dia após

Outro. Minha mãe dizia

E eu ouvi bem a sua voz.

 

Ora, por mais que o Céu

Desça ou suba a Terra,

Não quero esquentar

A cabeça no pé de serra

 

Intitulado Bananeiras.

Quero viver cônscio

Que a qualquer hora

Morrerei, me apronto

 

Com fé e muito prazer,

Para encarar o tempo,

Sou ciente que a vida

É como vela no vento.

 

Mário Querino – Poeta de Deus  

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