sexta-feira, 12 de abril de 2019

QUEM DISSE QUE A MORTE É FEIA AO OLHAR DE SEUS ALIADOS?

Poeta Mário Querino 12/04/2019



Alguém indagou assim:
“A Morte é feia, ó amigo?”
Respondi: Nunca a vi não,
Mas eu tenho percebido


Que é uma amiga linda.
Alguém indagou de novo:
“Como falas tão natural,
Não temes entre o povo?


Eu falei: Dá a entender
Que a Morte é mais
Bela que a própria vida,
E mais regozijo traz.


Se não fosse, não teria
Tanta frequência sim,
Aonde a Morte tem gozo
E se satisfaz até o fim.


Alguém indagou mais:
“Por que achas bonita
E não queres tê-la?”
O que falar com justiça?


Porque só amo algo feio
Diante do olhar “sabido”,
E me ver como careta.
Então, ela deixa excluído


Este meu corpo besta
Que vive no Universo,
Só para cumprir os dias
Ocupando o intelecto


Com algo feio e poético
Entre atrações na Terra,
Digo, no olhar da Morte.
Como sou no pé de serra


Um cara careta e besta,
A Morte só contempla,
Esperando eu vacilar.
Como a tal Morte tenta


Num ambiente bonito
Aonde existem “nobres”
Afoitos diante do povo,
Me exclui por ser pobre


E fora de tudo na Terra.
Talvez, se eu fosse o tal
Entre essas pessoas,
Já teria chegado no final.


Porém, como sou louco,
Tabaréu e um careta,
A Morte diz: “Eu quero
Pra que, esse cara besta?


Deixa ele vivendo por aí
À-toa no pé de serra,
Ele não tem nenhuma
Influência nesta Terra!”


Então a Morte é linda
No olhar de quem acha
Que eu sou besta, louco,
E um cara sem graça,


Por ser odiado da Morte.
Porém, eu não vou dizer
Que nunca me depararei
Com essa fúria e poder


Da Morte, que me levará
Ao seio do planeta Terra.
Mas espero que seja sim,
Neste meu pé de serra,


Aonde nasci careta sim,
Ao olhar de quem ama
A Morte e está fazendo
Tudo que ela lhe manda.


Não tenho olho gordo
Nos civilizados e “sabidos”
Que são aliados à Morte.
Quero viver sim, excluído


Neste bom pé de serra.
Quem quiser ser o tal,
Achando que a Morte
É a sua amiga especial,


Siga segundo seu querer.
Eu sigo assim tabaréu
E recusado pela Morte.
Quem tirar o seu chapéu


Para me homenagear,
Já fico muito agradecido,
Porém, já deixo cônscio:
Da Morte não sou amigo,


Por ser um cara tabaréu,
Pobre, louco e careta
Ao olhar de quem ama
A Morte neste Planeta,


Aonde já completei 57
Anos de idade. Ao lado
De D. Maria José, já faço
31 anos de casado.


Que a Morte nos odeie
E nos abandone aqui,
Para vivermos alegres
Na Terra onde eu nasci


E amo a D. Maria José,
Que a Morte ache sim,
A minha casa de bestas
E de loucos até o fim,


Ao olhar de “civilizados”
E “sabidos”. Sejamos
Caretas neste Distrito,
Nosso cantinho baiano.


Eu quero amar as coisas
Feias ao olhar da Morte,
Não quero poder alheio
Para me achar forte


Por alguns momentos,
Nem beleza dos outros
Para se aliar à Morte,
Mas quero seguir louco.


Mário Querino – Poeta de Deus

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