sexta-feira, 4 de junho de 2021

DEVEMOS SABER SEPARAR UMA LIDA DE UMA COMPAIXÃO

 

Mário Querino 04/06/2021


 

Nem toda questão

É confusão na vida,

Mas devemos saber

Separar uma lida

 

De uma compaixão.

O labor traz efeito,

A misericórdia só

Nos deixa satisfeito,

 

Mas não exige não,

Retribuição de algo

Que se faz por amor

E nos deixa aliviado.

 

Então, já sendo sim,

Um velho cansado,

Sem mais ter prazer  

De seguir animado,

 

Entre altos e baixos

Que esta vida traz

No mundo titulado

Terra, sem ser capaz

 

De encarar com fé

Os altos barrancos,

Por já mostrar rugas

E cabelos brancos,

 

E sobretudo fadiga.

E quando a coisa não

Dá não, mais certo,

Vem a condenação

 

Por ser forçado sair

Dos planos traçados

Por um jovem forte

Que tinha confiado

 

No velho já abatido

Que pediu ao Senhor:

“Deus, preciso fazer,

Mas o corpo recuou,

 

O que eu devo fazer,

Para suportar a dor

De uma condenação

Por carência de amor

 

Pela vida deste velho

Que já está no final,

E às vezes até chora

Por ouvir do pessoal

 

Que não fará mais

Algo nesta vida aqui

No planeta Terra

É por que quer fugir

 

Da responsabilidade,

E não, por faltar força,

Coragem e disposição,

O fôlego sai pela boca

 

Quase enfraquecido,

Mesmo assim ouve

Dizer: ‘Não fez não,

Não por que não pôde,

 

Mas porque não quis’?”

Ora, a vida dum velho

Que não dá o braço

A torcer, e é sincero

 

Em todos os negócios,

Não deveria ouvir não,

De jovens que podem

Dar a sua continuação.

 

Por isso neste mundo

Intitulado Terra,

Sobretudo no Distrito,

Meu bom pé de serra,

 

Vivo agora por viver.

E por mais que já fiz

Em prol do pessoal,

Sou um velho infeliz,

 

Só por não fazer algo

Que beneficiasse sim,

Pessoas que tem sido

Já ajudadas por mim.

 

Ora, como um velho

Conseguirá fazer

Algo que só o Senhor

Poderá dar o poder?  

 

Então, por mais que

A gente ajude aqui,

Quando não pode,

Ninguém vai admitir

 

Que o velho não pode,

E sim, que não quer.

Então, vivo por viver,

E fico a esperar até...

 

Mário Querino – Poeta de Deus

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