sábado, 20 de agosto de 2011

PRECISO SER LIVRE


Poeta - Mário Querino


Poema escrito por Mário Querino
Filho de Antonio Pereira,
Filho de Raimundo
Imigrante de Bananeiras.

Quando eu era mocinho,
Estava em minha casa
E me veio no pensamento
Que eu precisava
Pesquisada no Google
 Dar uma volta no campo.
Então peguei a espingarda
E saí em direção ao sítio
Sem saber de nada.

Então subi no morro
A procura de passarinhos,
E com a espingarda na mão
Entrei na mata sozinho.

Dei uma volta no morro
E não conseguindo nada,
Saí da mata
E segui outra estrada
Pesquisada no Google
 Sem nenhuma direção.
Chegando à outra roça
Mais perto de Bananeiras,
Passei por uns pés de mandioca,

Atravessei o ribeirão,
Entrei numa roça de mamoneira,
Onde avistei três pássaros
No galho da mangueira.
Pesquisada no Google
 Então armei a espingarda
Em direção dos pássaros,
Eles pulavam de galho em galho
E eu procurava um espaço

Para poder detonar
A espingarda cruel
E matar aquelas
Aves do céu.

Até que num momento
Detonei a espingarda
Em direção de um pássaro
Que caiu batendo as asas.

Então corri para pegá-lo
E quando lá eu cheguei,
Vi que tinha baleado
Dois pássaros de uma vez.

Então peguei os pássaros
E saí andando
Por dentro da mamoneira
Alegre e pensando:

Que hora boa detonei
A minha espingarda!
Baleei dois pássaros
Quebrando as asas.

Contudo, tinha que acabar
De matar os pássaros,
Então me agachei no chão
E peguei um pedaço

De pau de vilão
E comecei a bater na cabeça
Dos pássaros.
Por incrível que pareça,

Eles não morriam,
Mas ficavam se batendo
Em minhas mãos.
Então fui percebendo

Que eu estava sendo cruel
Com aqueles pássaros,
E comecei a me perguntar:
O que é que eu faço?

O sentimento foi invadindo
O meu coração.
Então joguei o pau fora
E puxei o pescoço com a mão.

Mesmo assim eles não morriam.
Fiquei muito impressionado
E pensei novamente:
Deus, eu estou errado!

Não deveria tirar a vida
De um pássaro inocente,
Ele canta, canta...
Alegra o campo e a gente!

Então me veio no pensamento:
“Mário pegue os pássaros
Que você matou
Entra na roça e faz um buraco

E enterra estes passarinhos
Com sentimento no coração,
Pois é através destes pássaros
Que vem a sua conversão!”
Pesquisada no Google
 Então peguei os passarinhos
Entrei na mamoneira,
Fiz um buraco e enterrei-os,
Depois voltei para Bananeiras.
Pesquisada no Google
 Cheguei muito cansado,
Entrei em meu quarto
E fiz uma oração
Lembrando dos pássaros.

Pedi perdão a Deus
Dizendo assim:
Senhor eu estou arrependido,
Tem piedade de mim.

Perdoa os meus pecados
Que eu cometi neste dia,
Estou muito sentido,
Não tenho mais alegria.

Meu coração chora de dor
E de sentimento,
Senhor tira de mim
Este sofrimento.

Sei que a dor da morte
Não dura para sempre,
Mas sofre toda vida
Quem mata um inocente.

Senhor, não olhe a fraqueza
Que tem meu coração,
Sonda Senhor, a minha vida
E tem de mim compaixão.

Eu cometi esta falta
Sem perceber, Senhor,
Então me perdoa
Pelo teu amor.

Olha para minha vida
E me dá a paz,
Que eu siga teu caminho
E não cometa mais

Esse crime tão cruel.
Senhor, eu estou arrependido
E preciso da tua misericórdia,
Então me dá ouvido.

Vi os pássaros morrerem
Em minhas mãos,
Por isso sofre
O meu coração.

Senhor cuida de mim
E não me deixe sofrer,
Dá-me um coração puro
E que eu ame o viver.

Pois a vida é dom
Dado por Ti,
Agora me perdoa Senhor,
O erro que eu cometi.

Quando saí do quarto
Tive outra visão,
Percebi que já estava
Aliviado meu coração.

É claro, não me esqueci
Daqueles dois passarinhos,
Mas passei a ver os outros
Com amor e carinho.

Então passei a noite
Alegre e feliz,
Porque fui perdoado
Do mal que eu fiz.

Quando o dia amanheceu
Veio no meu pensamento:
“Mário vai desenterrar os pássaros
E queima em oferecimento

De tudo que você faz,
E a fumaça suba ao céu
E você jamais cometa
Esse crime tão cruel!”
Pesquisada no Google
 Assim eu fiz,
Fui lá à mamoneira,
Desenterrei os pássaros
E fiz uma fogueira.

Joguei os pássaros dentro,
O fogo foi queimando,
A fumaça foi subindo
E eu observando.

Eu chorava de alegria
Porque fazia um sacrifício
E tinha a certeza
Que o Senhor Jesus Cristo

Estava sentindo o cheiro
Daquela fumaça
Que eu então oferecia
Pela graça

Que eu recebi do Senhor
Na hora da aflição,
Por ter cometido um erro
Que feriu meu coração.

E quando tudo terminou
Comecei a louvar a Deus
Em alta voz
Por tudo que aconteceu.
Pesquisada no Google
 Depois de tudo isso
Voltei para casa com alegria,
Satisfação e prazer
De receber o dom da Poesia.

Por isso escrevo com amor
Tudo que Deus me inspira,
E o pensamento ruim
De mim Deus tira.

Hoje sou um homem
Que não carrego espingarda,
Não tenho maldade
E não uso nenhuma arma.

Hoje vivo no mundo
Anunciando a paz,
Elevo meu pensamento
Naquilo que satisfaz

Ao Senhor e aos homens
De bom grado,
E procuro sempre evitar
O caminho do pecado.

Eu matei os pássaros
Mas me arrependi,
Ainda me lembro da dor
Que eu senti.

Mas não sofro mais
Porque Deus me mostrou
O caminho que devo andar
Com paz e amor.

A vida que passei
Só me serve de experiência
E não de recordação,
Muita gente ainda pensa

Que eu tenho ressentimento,
Mas digo para todo mundo
Que meu coração
Tem amor profundo.

O que passou já foi,
Agora me lanço para frente
E procuro viver
O meu presente

Pensando num futuro melhor.
O erro que cometi
Não registrei no coração,
Certo que eu vivi

Tirando vida de inocente,
Mas agora cuido deles
Com carinho e amor
Às vezes fico com eles
Poeta - Mário Querino
 Ouvindo suas canções
E escrevendo poesias,
Fazemos uma festa
Com paz, amor e alegria.

Agora tenho sentimento
No meu coração,
Não mato mais um pássaro
E peço aos irmãos
Pesquisada no Google
 Que cuidem dos passarinhos,
Mas não numa gaiola,
Deixe os pássaros
Com a vida de glória.

Como nós queremos
Viver na liberdade,
Os pássaros também precisam
Ter essa felicidade.

Não prenda um inocente
Mesmo dando comida e bebida,
Se ele falasse nosso idioma
Ele nos diria: “Não quero esta vida.

Quero viver a minha liberdade
Procurando o meu alimento,
E minha bebida
No determinado tempo.

Esta vida pode ser
Farta de tudo que é bom,
Mas só canto feliz
Porque é o meu dom.

Sei que tenho milho alpista,
Tenho água à vontade,
Mas o importante não tem,
Que é a minha liberdade.

Todos sabem que não matei,
Não cometi pecado,
Mas muitos gostam de me ver
Aqui engaiolado.

O homem admira uma gaiola,
Acha bonita e decente,
Mas não deveria ser pra mim,
E sim para muita gente

Que acha bom e bonito
Um pássaro preso
Dia e noite.
Eu canto assim sem medo

Porque é o meu destino,
Nasci para cantar
Nas matas, nos campos
E também no pomar.

Sei que o homem é criatura
Do meu Criador,
Mas não queria esta fartura
Que ele depositou

Na minha gaiola,
Eu queria cantar para o homem,
Queria que ele me considerasse
Mesmo me vendo passando fome

Ou comendo minhas frutas
Na hora que eu quisesse,
Esta gaiola não era pra mim,
Mas para quem merece.

Afinal de contas, meu amigo,
Nem pássaro nem homem
Merecem viver na prisão
E assim tão longe

Dos parentes e amigos
E ainda no cativeiro.
Se eu tivesse saber humano
Diria para o passarinheiro:

Eu queria que você
Ficasse um dia aqui,
Você não cantaria
E muita dor iria sentir.

Você me vê alegre e feliz
E me faz chamar a atenção
De amigos doutores
Ou de homens sem coração.

Você me vende muito caro
Porque eu canto bem,
Se você estivesse no meu lugar,
Você não seria ninguém.

Você me pegou num alçapão
E me colocou num viveiro,
Você é uma criatura de Deus,
Mas é um ingrato passarinheiro.

Eu sou um inocente,
Uma ave do céu,
Se eu fosse você
Não seria assim cruel.

Deus vai te dar a recompensa,
Nada posso fazer,
Mesmo sem liberdade
Eu alegro você.

Meu canto é para Deus,
Mesmo sem oportunidade
De voar, voar...
Deixo-te repleto de felicidade.

Agora pare um pouco
E pense em mim,
Veja a minha morada.
Você quer uma assim?

Amigo passarinheiro,
Veja a minha situação,
Deixe meus amigos livres
E não arme mais alçapão!”
Poeta - Mário Querino
 O passarinho está certo,
Ninguém gosta de estar preso,
Se ele falasse o nosso idioma
Contaria o desprezo

Que sente na prisão,
Contaria o quanto sofre
Vivendo no cativeiro
Até a morte.

Contaria também
A dor da solidão,
Contaria o quanto se arrependeu
Quando caiu no alçapão.

Contaria que não foi por fome
Nem por vaidade
Que chegou às mãos
Dos homens da cidade.

Se o passarinho tivesse inteligência
O homem não pegaria,
Mesmo oferecendo boas comidas,
Ele não queria.

Mas como não tem,
O homem faz do que faz,
Prende o passarinho
Tirando-lhe a paz.

Se o homem raciocinasse
E sofresse a dor
Que um pássaro sofre,
Ele seria um defensor

Das aves do céu
E não seria assim
Opressor dos pássaros
Que não fazem nada ruim.

Se o homem desse valor
A uma plena liberdade,
Deixaria os pássaros livres
Voando sobre a cidade

Contemplando a beleza
Feita pelas suas mãos,
Se o homem tivesse amor
Não faria alçapão.

O homem diz assim:
“Eu amo os pássaros,
Embora, preciso tê-los
Num pequeno espaço.

Eles têm que ficar
Onde eu quiser.
Eu amo os pássaros
E nele ponho fé.

Porque eles cantam bonito
E têm um alto valor!”
Se o homem amasse os pássaros
Não procuraria comprador

Para lhe tirar da companhia,
Se o homem tivesse amor verdadeiro
Não trocaria os pássaros
Por Dinheiro.

Quem ama não tem comércio
Nem valor estipulado,
Quem ama quer ter
Sempre ao seu lado.

O pássaro tem razão
De achar o homem cruel,
Pois lhe prende numa gaiola
Impedindo ver o céu.

Agora lembrei que eu
Já prendi um Pássaro-preto,
Cuidava com amor e carinho,
Eu gostava do seu jeito,

Quando me aproximava da gaiola
Ele se arrepiava todo,
A ponto de eu pensar
Que ele estava doido.

Eu tinha 14 anos de idade
Quando o meu padrinho
Pegou para mim
Esse bonito passarinho.

Eu gostava muito dele
Mas não tinha sentimento,
Achava bonito ele preso
Há muito tempo.

Não era uma gaiola boa,
Então fui a Senhor do Bonfim
E comprei uma gaiola bonita
Como nunca tinha visto assim.

Nela coloquei o pássaro
E ele ficou muito feliz,
Quer dizer, eu achava,
Mas hoje meu coração diz:
Pesquisada no Google
 “Não tem prisão bonita
Para quem gosta da liberdade,
O pássaro cantava,
Não por ter felicidade.

Mas por ter dom
De alegrar a Natureza,
De embelezar com seu canto
Mesmo nos momentos de tristeza!”
Pesquisada no Google
 Então eu cresci e precisei
Estudar fora de Bananeiras,
Daí tudo mudou
De tal maneira

Que vendi meu Pássaro-preto
A um senhor paulista,
Ele foi para a cidade
Comer milho alpista

Ou comidas diferentes,
Senti muita saudade,
Que ainda trago na memória,
Se fosse hoje lhe daria liberdade.

Eu o levaria para um matagal
E diria para ele assim:
Você vai ficar livre da prisão,
Mas sempre cante para mim.

Pesquisada no Google
 Mário Querino – Poeta de Deus

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