quarta-feira, 11 de abril de 2018

SERES VIVOS FICAM VELHOS OU USADOS?

Poeta Mário Querino 11/04/2018



Alguém me repreendeu
Porque disse que fiquei
Mais velho no lugar meu.
Contudo, eu repliquei


Quando alguém falou:
“Velho não, usado sim.”
Como gente tem é vigor
E quando chegar o fim,


Nunca será mais novo,
Por mais que se produza.
Porém, na ideia do povo,
É um insulto, sem dúvida.


Mas hoje, quero dizer
Que seres vivos não são
Usados, pelo decorrer...
Ficam velhos neste chão.


No meu entendimento,
Quem fica usado é objeto
Que, ao passar do tempo
Se desgasta, mas é certo,


O artífice passa a máquina
E ele se torna algo novo
Sem vestígio, e sua graça
Continua no olhar do povo.


Porém os seres vivos não
Voltam mais a ser novos,
Enquanto forem deste chão.
Claro, são fatos, fabulosos


Que precisamos entender.
Quem não aceitar a velhice,
Procure sim, novo morrer,
Não ficar velho. Acho tolice


Um ser que já tem 80 anos,
Ignorar a palavra “velho”
E viver sempre usando
A palavra “usado”. É sério,


Está se achando um objeto
Que artífice passa máquina
E deixa novo e mais certo.
Sou velho, cheio de graças,


E mais velho eu ficarei.
Se velho não querer ser,
Como evitar eu já sei,
Somente preciso morrer.


Como eu não sou besta
Espero a minha velhice,
Sem esquentar a cabeça
Com quem já me disse


Que estou ficando velho.
Isso me deixa mais gentil,
Pois chegar 90 anos quero
Neste cantinho do Brasil.


Quem quiser ser objeto
Seja, não me deve nada.
Sou velho e vejo sucesso
Com esta idade chegada.


Claro, já sei que esta vida
É repleta de preconceito,
Já tenho mente evoluída
E não arrazoo desse jeito.


Porque eu fui novo e já
Estou ficando velho sim,
Se assim na Terra chamar,
Não vai ofender a mim.


Só vai me animar bem
Por ter chegado à velhice
Que almejo muitos têm,
Mas esse vigor não existe.


É preciso entender fatos,
Para viver bem melhor.
O velho é dono do espaço
E deve ter jovens ao redor.


Seres vivos não são usados,
Ficam velhos sim. Objetos
Que são usados e inovados,
Com máquinas de sucesso.


Ser vivo não é reciclável,
Com o tempo perde o gozo,
Vira pó, e é inexplicável,
Mas o objeto, ficará novo


Quando o artífice lhe pôr
Numa máquina e polir.
Então reflita no que falou
O seu amigo Poeta aqui.

Mário Querino – Poeta de Deus     

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